Paleta de azul: um mar de possibilidades no décor de interiores

Nas paredes, mobiliários ou em uma variedade de itens, a cor é sempre bem-vinda

No dormitório, as paredes azuis acrescentam requinte e uma delas foi adornada com a montagem do gallery wall | Projeto Memoá Arquitetos | Foto: Raiana Medina

Na arquitetura de interiores, sabemos que as cores de um projeto residencial atuam como autênticos espelhos da própria personalidade e estado de espírito do morador. Dentro do vasto leque do círculo cromático, o azul emerge entre os outros tons como uma escolha versátil e em constante ascensão tanto por sua essência atemporal, pelas inúmeras possibilidades estéticas e os significados que promovem uma conexão intrínseca com a psicologia das cores.

Para a dupla Daniela Miranda e Tatiana Galiano, à frente do escritório Memoá Arquitetos, o azul está entre as grandes tendências de 2024. “Estamos percebendo uma busca maior por ambientes mais animados e descontraídos, afastando-se dos padrões convencionais tanto nos móveis, revestimentos, paredes e objetos. O viés multifacetado do azul, em suas várias nuances, surge como uma decisão adequada e harmoniosa para qualquer estilo decorativo”, explicam.

Por isso, as arquitetas compartilham algumas orientações sobre como inserir a cor nos ambientes. Acompanhe:

Entendendo a fama

As referências da arquitetura e decoração revelam que o azul tem se mantido firme como uma predileção popular ao longo dos anos, sendo o favorito por um número expressivo de pessoas que se dizem fascinadas pela capacidade de combinações. Atualmente, tonalidades mais ousadas como o azul-marinho e o petróleo têm ganhado destaque por acrescentar sofisticação aos espaços contemporâneos. Porém, os gradientes mais claros não ficam de fora: segundo um estudo da Suvinil Revela, 30 tonalidades de azul prometem mostrar a força da cor em 2024.

A estratégia de eleger uma parede para receber a cor é sempre muito bem-sucedida, mas neste projeto realizado pelas arquitetas Daniela Miranda e Tatiana Galiano, o azul foi além e coloriu também as portas. O resultado? Um efeito mimetizado e muito charme ao projeto! | Projeto Memoá Arquitetos | Foto: Alessandro Gruetzmacher

Para escolher a tonalidade que ela e sua sócia trarão em um projeto de interiores, Tatiana Galiano pontua a importância de compreender a psicologia das cores, fazendo uma análise mais aprofundada que as permitirão ter certeza de que a associação com o azul influenciará positivamente no bem-estar dos moradores. Frequentemente associada ao céu e ao mar, ele pode evocar sentimentos de tranquilidade, serenidade e confiança, mas, se mal dosada, caminha para o oposto, transmitindo frieza.

Se o azul não for dosado adequadamente, o ambiente tende a sofrer com problemas como sobrecarga visual, falta de contraste, desconexão com o estilo geral, perda de foco e incoerência emocional. É primordial considerar a tonalidade específica que foi escolhida, pois diferentes nuances causam efeitos emocionais distintos”, complementa. Ela exemplifica que o azul claro está mais voltado para uma atmosfera suave e acolhedora, enquanto o escuro exala mistério e elegância.

Onde o azul brilha

Segundo Daniela Miranda, a representação dos estilos e a sinergia com a natureza fazem do azul uma aposta estratégica para dormitórios, livings, copas e salas de TV, uma vez que a cor não apenas agrada aos olhos, mas também provoca experiências sensoriais significativas. “Além das paredes, também é perfeito nos mobiliários, objetos decorativos e revestimentos”, enumera.

Na sala de jantar, a dupla do Memoá Arquitetos fez do amadeirado o contraponto sereno para o buffet suspenso, ao fundo, e as cadeiras pintadas que acompanham a mesa com base cônica | Projeto Memoá Arquitetos | Foto: Paula Chaffin

A moderação de onde e como aplicar o azul permite que ele contribua com o caráter do espaço, mas sem dominar visualmente”, complementa Daniela. De acordo com ela, um sofá azul é estratégico em uma casa com pet ou crianças. “A cor ajuda a atenuar a sujeira, gordura corporal e pelos”, orienta.

Em razão disso, as arquitetas elencam mais dicas:

Com o décor neutro da sala de estar, o sofá azul e o tapete vermelho despertam a intensidade solicitada pelos moradores | Projeto Memoá Arquitetos | Foto: Carolina Lacaz

Destaque pontual

A forma mais comum para a utilização da cor é adotá-la em itens específicos, mas se a proposta for investir na ousadia dos décor monocromático, o Navy, Classic e o Royal Blue, todos da Pantone®, são referências acertadas para uma leitura coesa e sofisticada.

Outras cores como o azul-ciano têm sido a aposta para colorir home offices e locais de estudo, pois estão associadas à produtividade e vitalidade.

Móveis com a cor azul, como o rack suspenso da sala de estar realizada pelas arquitetas Daniela Miranda e Tatiana Galiano, atraem olhares enquanto emitem a personalidade do projeto de interiores | Projeto da Memoá Arquitetos | Foto: Paula Chaffin

Mobiliário

Marcenaria da cozinha, salas e mobiliários como a mesa de jantar podem ser eleitos para agregar a cor de forma duradoura. As profissionais da Memoá recomendam o azul-cobalto ou azul-celeste para se adquirir mais mood mais distinção “É uma oportunidade de experimentar a mescla com diferentes texturas e materiais como madeira e tecidos”, apontam.

Na lavanderia com inspiração retrô – tanto em função do piso, como o tanque de sobrepor e a torneira –, o azul ornamenta o piso e a meia parede do cômodo | Projeto Memoá Arquitetos | Foto: Raiana Medina

Uma essência retrô

O azul estabelece uma ponte entre o clássico e o moderno, incorporando um toque de opulência aos espaços contemporâneos. As especialistas Daniela e Tatiana sugerem adaptar os metais presentes nos puxadores da cozinha, torneiras ou luminárias.

No piso, o azul contabiliza diversos benefícios estéticos e outros relacionados à durabilidade e praticidade. Além de acrescentar cor ao ambiente, nessa cozinha ele coopera no esforço de disfarçar manchas e outras sujeiras | Projeto Memoá Arquitetos | Foto: Raiana Medina

Revestimentos

Azulejos, carpetes, tapetes ou laminados azul são algumas das possibilidades de revestimentos que ajudam a trazer dinamismo, padrões, movimento e vida para os ambientes.

A paleta escura de azul, além de ser mais vibrante, exerce o poder de ser mais relaxante quando usada no enxoval | Projeto Memoá Arquitetos | Foto: Paula Chaffin

Como enxoval

Segundo as arquitetas, almofadas, mantas, cortinas e tapetes são elementos facilmente substituídos para dar uma nova vida ao espaço e opções interessantes para quem tem receio de investir no azul em peças mais duradouras. Nos dormitórios, lençóis, colchas e travesseiros na paleta corroboram para ambientes mais relaxantes e acolhedores.

Junto com o sofá azul, a nuance mais clara da cor foi trazida para o quadro | Projeto Memoá Arquitetos | Foto: Carolina Lacaz

Nos objetos decorativos:

Por fim, vasos, esculturas, quadros e outros objetos decorativos entram em sintonia com a coesão visual do décor.

A história da Memoá Arquitetos começa com o encontro das arquitetas Daniela Miranda e Tatiana Galiano, em 2017, onde trabalharam juntas em um escritório em Ipanema, no Rio de Janeiro. Cada uma seguiu seu rumo, mas sem nunca perder o contato, sempre trocando figurinha de projetos pessoais e inspirações. Até que a quantidade de projetos foi crescendo exponencialmente e a dupla resolveu formalizar esse encontro em 2020. Elas acreditam que a arquitetura é sempre palco para novas histórias, encontros, reencontros, que ficarão pra sempre em nossas memórias. através dessa sintonia e princípio, buscam levar amor, afeto e aconchego para os clientes e suas casas.

@memoaarquitetos

Colaboração da pauta:

dc33 Comunicação

Emilie Guimarães | conteudo@dc33.com.br

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