O que a inclusão tem a ver com ESG?

Diversidade Dolce

Caroline Vargas Barbosa

Inclusão gera lucro e está intrinsecamente ligada aos princípios ESG - ambientais, sociais e de governança - que orientam as práticas empresariais responsáveis. A sigla ESG refere-se a critérios que as empresas devem considerar ao avaliar o impacto de suas operações no mundo ao seu redor e na sociedade em geral

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Design Dolce sob imagem de Andrey Popov em Canva

A inclusão social, em particular, é um componente vital do ESG. Ela se refere à prática de garantir que todas as pessoas, independentemente de sua origem, gênero, etnia, idade ou qualquer outra característica, tenham acesso igual a oportunidades, recursos e participação na sociedade. Isso significa que as empresas precisam não apenas respeitar os direitos humanos, mas também promover ativamente a diversidade e a inclusão em todas as áreas de suas operações.

Na governança corporativa, a inclusão envolve a criação de estruturas e políticas que garantam a representação e a participação de diversos grupos nas decisões empresariais. Isso inclui a promoção de ambientes de trabalho justos e inclusivos, onde todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas.

As empresas que priorizam a inclusão em suas práticas ESG não apenas demonstram um compromisso com a responsabilidade social, mas também colhem benefícios tangíveis. A diversidade de perspectivas pode impulsionar a inovação, melhorar a tomada de decisões e fortalecer a reputação da empresa. Além disso, empresas inclusivas têm maior probabilidade de atrair e reter talentos, o que pode impulsionar o desempenho financeiro a longo prazo.

Ao promover a igualdade de oportunidades, respeitar os direitos humanos e criar ambientes de trabalho e comunidades mais justos e inclusivos, as empresas podem desempenhar um papel significativo na construção de um futuro mais sustentável e equitativo para todos.

Incluir gera lucro

Incluir práticas ESG pode ser lucrativo para as empresas a longo prazo, embora possa haver custos iniciais associados à implementação dessas práticas: investimentos em tecnologias mais limpas, treinamento de funcionários e conformidade regulatória, os benefícios financeiros e não financeiros a longo prazo geralmente superam esses custos. Vejamos alguns pontos:

Redução de riscos: as práticas ESG podem ajudar as empresas a identificar e mitigar riscos relacionados a questões ambientais, sociais e de governança, como multas regulatórias, litígios, danos à reputação e interrupções operacionais. Ao adotar medidas proativas para evitar esses riscos, as empresas podem proteger seu valor e evitar potenciais perdas financeiras.

Melhoria da eficiência operacional: muitas práticas ESG estão alinhadas com a eficiência operacional, como a redução do consumo de energia, o uso mais eficiente dos recursos naturais, a otimização da cadeia de suprimentos e a redução de resíduos. Essas medidas podem resultar em economias de custos significativas ao longo do tempo, aumentando a rentabilidade da empresa.

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Aumento da inovação e da competitividade: a adoção de práticas ESG pode estimular a inovação, levando ao desenvolvimento de produtos e serviços mais sustentáveis e eficientes. Empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas, por exemplo, podem se posicionar melhor para atender às demandas do mercado por soluções ambientalmente responsáveis, ganhando vantagem competitiva e conquistando novos clientes.

Atração e retenção de talentos: as práticas ESG também podem ajudar as empresas a atrair e reter talentos qualificados, especialmente entre os millennials e a geração Z, que valorizam cada vez mais o propósito e a responsabilidade social das empresas onde trabalham. Empresas que se destacam em questões ESG são percebidas como empregadores atrativos, o que pode reduzir os custos de recrutamento e treinamento e aumentar a produtividade e a inovação.

Fortalecimento da reputação da marca: as empresas que demonstram um compromisso genuíno com práticas ESG tendem a desfrutar de uma reputação mais sólida e positiva entre os consumidores, investidores e outras partes interessadas. Isso pode levar a uma maior fidelidade do cliente, maiores investimentos e avaliações mais favoráveis no mercado de ações, proporcionando benefícios financeiros tangíveis.

Como?

A empresa pode adotar políticas que promovam a diversidade, a equidade e a inclusão em seu local de trabalho, garantindo oportunidades iguais para todos os funcionários, independentemente de sua origem, gênero, etnia ou qualquer outra característica. A promoção da diversidade e inclusão no local de trabalho é essencial para garantir oportunidades iguais para todos os funcionários, independentemente de sua origem, gênero, etnia ou qualquer outra característica. Isso significa implementar políticas que garantam a contratação e promoção equitativas, bem como criar um ambiente de trabalho onde todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas.

Isso envolve garantir que as operações da empresa não contribuam para violações dos direitos humanos em suas cadeias de suprimentos ou em suas comunidades operacionais. Isso pode incluir a eliminação do trabalho infantil e do trabalho forçado, bem como o respeito aos direitos dos povos indígenas e das comunidades locais, implementação da inclusão e acessibilidade. Garantir o respeito aos direitos humanos no local de trabalho inclui proteger os direitos de todos os funcionários, independentemente de sua identidade ou status. Isso significa proibir práticas discriminatórias, como assédio ou discriminação, e garantir que todas as políticas e procedimentos sejam aplicadas de forma justa e imparcial.

A empresa pode apoiar projetos e iniciativas que beneficiem as comunidades locais onde opera, como programas de educação, saúde, infraestrutura e desenvolvimento econômico. Isso pode incluir parcerias com organizações sem fins lucrativos e contribuições para fundos comunitários.

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Criando oportunidades para grupos historicamente marginalizados, pode incluir o financiamento de pequenas empresas de propriedade de minorias, programas de capacitação profissional para grupos desfavorecidos e o suporte a iniciativas de empreendedorismo social.

Ainda, é possível a prática por meio de programas de educação e capacitação que ajudem a fechar as lacunas de habilidades e promovam a inclusão no local de trabalho. Isso pode incluir bolsas de estudo para estudantes de baixa renda, programas de treinamento vocacional para jovens desempregados e iniciativas de alfabetização para adultos.

Pode incluir um cuidado integral e multifatorial com os trabalhadores, como o financiamento de clínicas de saúde comunitárias, programas de prevenção de doenças, acesso a serviços de saúde mental e apoio a comunidades afetadas por problemas de saúde específicos, possibilidades de contratos de trabalho híbridos, redução de jornadas, banco de horas facilitado…

A responsabilidade social de uma empresa comprometida com os princípios ESG vai além do cumprimento das leis e regulamentos. Ela se concentra em como a empresa impacta positivamente a sociedade em que opera e busca criar valor não apenas para seus acionistas, mas também para todas as partes interessadas, incluindo funcionários, clientes, comunidades locais e o meio ambiente. Envolve a adoção de práticas empresariais que promovam a igualdade, a justiça social, o respeito aos direitos humanos e a sustentabilidade ambiental. Ao fazer isso, a empresa pode contribuir positivamente para a sociedade e criar valor de longo prazo para todas as partes interessadas. Empresas que priorizam a sustentabilidade, inclusão e a responsabilidade social podem colher uma variedade de vantagens, incluindo redução de riscos, economia de custos, inovação, atração de talentos e fortalecimento da reputação da marca, todos os quais contribuem para a rentabilidade e o sucesso a longo prazo.

Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.

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