Na dinâmica frenética do mundo dos negócios, é fácil perder de vista o fator humano por trás de cada transação comercial
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Por Karina Rehavia
A gentileza é um comportamento intencional que coloca as pessoas no centro de tudo o que fazemos”, a fala é da empreendedora e cofundadora da Women in Business, Carolina Nucci, dita durante sua participação como palestrante no Web Summit 2024, conferência de tecnologia que reúne mais de 30 mil pessoas.
Ainda em sua fala, Carolina abordou também o conceito de Kindness Marketing, um método desenvolvido na Marketing de Gentileza, da qual é Sócia-Diretora, com o objetivo de humanizar empresas e marcas por meio de estratégias de marketing que promovam gentileza e conexão genuína com os clientes. “Precisamos de um processo lógico para tornar a gentileza nos negócios tangível e intencional”, comenta.
Na dinâmica frenética do mundo dos negócios, é fácil perder de vista o fator humano por trás de cada transação comercial. No entanto, essa abordagem emergente está redefinindo a forma como as empresas interagem com clientes, colaboradores e até mesmo concorrentes.
Segundo levantamento feito pela Zenklub – plataforma de terapia online – com 20 mil profissionais de diversos setores, o nível de bem-estar das pessoas no Brasil com o trabalho está abaixo do que é considerado mínimo. O estudo revela também que, mulheres e a geração millennials, nascidos de 1982 a 1994, são as mais afetadas, apresentando os índices mais baixos.
Destaco que a conexão genuína entre a gentileza e os negócios influencia significativamente e positivamente as relações interpessoais. Entendo que a gentileza pode não apenas melhorar as relações humanas, mas também impulsionar o desempenho empresarial. Como CEO de uma startup especializada em Open Talent, consideramos no nosso processo de hiper curadoria outros valores além dos que são exigidos pelo mundo corporativo por padrão, e posso afirmar que as empresas que priorizam uma abordagem humanizada em cada interação tendem a fortalecer seus relacionamentos.
Em um mundo onde a competição muitas vezes se traduz em uma corrida implacável pela supremacia, a gentileza por vezes é uma qualidade negligenciada. No entanto, as evidências sugerem que se trata não apenas de uma virtude moral, mas também de uma estratégia empresarial inteligente, observando-a não apenas como valor organizacional, mas como geradora de resultados mensuráveis.
Outra pesquisa, essa conduzida pela Universidade de Harvard, revelou que indivíduos experimentam um aumento em sua sensação de felicidade após praticarem atos de gentileza direcionados a um propósito específico. Essa descoberta sugere que ao ser gentil, tanto você quanto as pessoas ao seu redor têm a oportunidade de vivenciar um estado de maior felicidade.
A gentileza no ambiente de trabalho não se limita apenas a pequenos atos de cortesia, mas permeia todas as interações, desde a maneira como os líderes se comunicam com suas equipes até como os clientes são tratados em cada ponto de contato. Quando ela é cultivada como um valor central, cria-se um ambiente onde a confiança floresce, as relações são fortalecidas e a colaboração prospera.
Embora o conceito possa parecer abstrato, sua implementação é tangível e mensurável. Desde pequenos gestos, até iniciativas mais amplas, como programas de responsabilidade social corporativa. Há uma infinidade de maneiras pelas quais as companhias podem incorporar a gentileza em sua estratégia de marketing. Ao priorizar as necessidades e sentimentos das pessoas em todas as interações comerciais, as empresas não apenas alcançam o sucesso financeiro, mas também contribuem para um mundo mais compassivo e conectado.
Portanto, é importante que possamos lembrar que a gentileza não é apenas uma escolha moral, mas também uma estratégia inteligente para criar conexões reais e duradouras, além de um ambiente muito agradável a todos.
Karina Rehavia é fundadora e CEO da Ollo e da Social Talent, empreendedora e líder empresarial, com mais de 20 anos de carreira contribuindo para o desenvolvimento e crescimento de iniciativas empresariais de organizações nas áreas de desenvolvimento de negócios internacionais e gestão e liderança de projetos de grande escala. Além do Brasil, já atuou profissionalmente nos EUA, Inglaterra, China e Emirados Árabes Unidos.
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