A Reforma Tributária já é uma realidade e vai transformar a forma como as empresas brasileiras lidam com impostos. Não se trata apenas de um ajuste legal, mas de uma mudança estrutural que afetará o fluxo de caixa, a precificação de produtos e serviços e a própria competitividade no mercado. Nesse cenário, a controladoria deixa de ser um setor de apoio e assume papel protagonista: é ela quem dará às organizações as ferramentas necessárias para atravessar a transição com segurança e inteligência.
A proposta da reforma prevê a substituição de diversos tributos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência estadual e municipal, e pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal. A promessa é de simplificação, mas o período de transição será desafiador. Processos internos precisarão ser revisados, sistemas de gestão adaptados e controles financeiros reforçados. Empresas que não se prepararem poderão enfrentar distorções em suas margens de lucro, falhas em estratégias de precificação e riscos fiscais que comprometerão sua saúde financeira.

É justamente nesse contexto que a controladoria se torna indispensável. Sua função não se limita a consolidar números, mas sim a interpretar cenários e fornecer informações estratégicas. Cabe a ela mapear os impactos da reforma, simular diferentes projeções, avaliar efeitos sobre receitas e custos, além de apoiar gestores na redefinição de orçamentos e contratos. A controladoria é também quem garante a conformidade com a legislação durante o processo de transição, fortalecendo a governança corporativa e reduzindo riscos de autuações.
Outro papel essencial está na capacitação e comunicação interna. A reforma afetará diversas áreas além do setor financeiro, e a controladoria precisa atuar como agente educativo, garantindo que gestores e equipes compreendam as mudanças e tomem decisões alinhadas às novas regras. Essa integração será determinante para que a empresa não apenas se adapte, mas aproveite as oportunidades que surgirão.

Empresas que investirem em uma controladoria ativa e estruturada estarão mais bem preparadas para antecipar riscos, otimizar sua carga tributária, aumentar a eficiência operacional e reforçar sua credibilidade perante investidores, parceiros e órgãos reguladores. Em contrapartida, organizações que tratarem a reforma como mera burocracia correm o risco de perder competitividade em um mercado que exigirá cada vez mais agilidade e precisão na gestão financeira.
A Reforma Tributária inaugura um novo capítulo no ambiente de negócios brasileiro. Nesse capítulo, a controladoria não é coadjuvante: é protagonista. É ela quem pode transformar uma exigência legal em vantagem estratégica, dando às empresas condições de não apenas sobreviver, mas prosperar no novo cenário tributário.