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Mães atípicas: um grito que a sociedade precisa ouvir

Imagem em Freepik

Essas mulheres não querem ser chamadas de heroínas, mas serem reconhecidas como pessoas que também precisam de atenção, cuidado, descanso e acolhimento

Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do Portal. Sua publicação é no sentido de informar e, quando o caso, estimular o debate de questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

Ser mãe atípica é amar além das forças e resistir além dos limites.

É acordar todos os dias com o coração cheio de amor e a mente exausta de preocupações.

É ouvir frases como “não parece”, “é coisa da sua cabeça”, “falta de limites”, “você o trata como criança”, e continuar sorrindo, mesmo quando por dentro está em ruínas.

É amar tanto que chega a doer.

É viver entre o medo e a esperança.

E estar hipervigilante constantemente.

É experimentar um luto silencioso — de sonhos e expectativas.

E é saber que, mesmo cansada, ninguém mais vai fazer o que precisa ser feito.

A gente engole, segue.

E quando explode, vem mais uma avalanche de cobranças e julgamentos.

Imagem em Freepik

O retrato de uma realidade que insiste em ser ignorada

No Brasil, milhares de mulheres vivem essa realidade.  São mães de crianças, adolescentes, jovens e adultos com autismo, TDAH, TOD, TOC, deficiência intelectual, paralisia cerebral, síndromes raras, epilepsia, doenças genéticas ou múltiplas deficiências. Muitas seguirão como cuidadoras por toda a vida — mães de filhos adultos que continuam dependentes, com desafios de socialização, cognição e autonomia.

Essas mulheres não querem ser chamadas de heroínas. Querem ser reconhecidas como pessoas que também precisam de atenção, cuidado, descanso e acolhimento — independentemente da condição social.

De acordo com o Censo 2022 do IBGE, o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, representando 7,3% da população. Entre elas, a maioria é cuidada por mulheres — mães, avós ou irmãs.

Um levantamento da Agência Pública (2025) mostrou que mais de 60% das mães atípicas deixaram o mercado de trabalho para cuidar dos filhos em tempo integral.

A sobrecarga é tamanha que metade delas relata sintomas de exaustão física e emocional severa — inclusive as que trabalham em home office.

O estudo “Entre diagnósticos e invisibilidades: a realidade da maternidade atípica no Brasil” (2025), conduzido pela Universidade Federal Fluminense (UFF), revela que a maternidade atípica ainda é marcada pela solidão, pela culpa e pela invisibilidade social, e que a ausência de políticas públicas específicas agrava o adoecimento dessas mulheres.

A série “Maternidade Atípica” (UFMG, 2024) também mostrou que o cuidado contínuo impacta a saúde mental das mães, a economia doméstica e os vínculos familiares.

Imagem em Freepik

Em muitos casos, esse cuidado se estende por décadas, e a mãe permanece como a única responsável, mesmo quando o filho já é adulto.

O que se vê de forma mais expressiva no Brasil são iniciativas isoladas — ações pontuais, projetos de entidades, ONGs ou pessoas comuns que, movidas pela empatia e pela dor compartilhada, buscam oferecer algum tipo de apoio e acolhimento às mães atípicas.

São movimentos nascidos do coração de quem vive a realidade na pele — como eu —, que tentam preencher as lacunas deixadas pela ausência de políticas públicas estruturadas.

Essas ações, por mais nobres e necessárias que sejam, ainda estão longe do ideal, de uma consciência política sólida que compreenda que cuidar de quem cuida e sem burocratização é um dever social, e não apenas um gesto de boa vontade.

O peso invisível das cobranças

Tenho dois filhos, hoje adultos, ambos neurodivergentes e com diagnósticos tardios — um com autismo (suporte1), outra com TDAH – ambos com cognitivo preservado, porém com várias comorbidades

Quando os laudos chegaram, foi uma avalanche emocional.

Imagem em Freepik

Culpa. Dor. Revolta

Me perguntei por que os profissionais que os acompanharam por tantos anos não identificaram antes. Poderíamos ter evitado tantas coisas!

Por que eu — que dedico há anos a compreender o comportamento humano — não identifiquei os traços?

Hoje já não me culpo, mas lembro do dia em que li, num laudo médico de minha filha: “marcas emocionais por ter tido uma mãe ausente”. Um veredito? Ausente… por que como mãe solo eu trabalhava demais? Aquilo me cortou por dentro. E, confesso, ainda dói.

Esse é só um exemplo do quanto a sociedade julga e está despreparada.

Inclusive profissionais que deveriam apoiar, orientar e acolher.

Curioso como sempre cobram de quem fica — e não de quem vai embora.

Quando o filho tem cognição preservada, o preconceito escancara: “Nossa, não parece.” “É falta de limites.” “É drama.” “É leve”.

Leve para quem?

Essas frases ferem mais do que qualquer diagnóstico.

O problema nunca é o diagnóstico.

O problema é o abandono social e familiar, o despreparo das instituições e a ausência de empatia coletiva.

Enquanto isso, nós, mães seguimos adoecendo em silêncio.

Design Dolce sob imagem por Karola G em Pexels

O preconceito mascarado de normalidade

O preconceito contra pessoas neurodivergentes está no cotidiano. Está na escola que não acolhe, na empresa que não flexibiliza, na igreja que considera falta de Deus, no parente que duvida, nos amigos que julgam. É uma discriminação mascarada, que exclui racionalmente.

Mas ninguém precisa ser especialista para agir com empatia.

Basta perguntar: “Como posso ajudar?” “Tem algo que eu possa fazer?” “Você precisa de algo?”

As pessoas não precisam entender as particularidades sensoriais ou cognitivas dos nossos filhos. Mas precisam aprender a respeitar, acolher e não comparar o incomparável. É chocante perceber que, muitas vezes, é mais fácil discriminar do que acolher.

Um chamado para o cuidado – e não para a heroína

Essas mulheres não querem aplausos. Querem ser enxergadas. Querem condições. Querem tempo. Querem saúde. Querem viver.

Foi com esse propósito que nasceu o projeto MÃES ILUMINADASMovimento de amor às Mães Atípicas do Brasil – meu compromisso, como educadora emocional, para contribuir com o fortalecimento da autoestima, autoconfiança, através de recursos da e inteligência emocional.

O Mães Iluminadas tem como missão acolher, inspirar e fortalecer emocionalmente mulheres mães e cuidadoras de pessoas com deficiências, transtornos e condições neurodivergentes, ajudando-as a reconectar-se consigo mesmas e se amarem apesar de tudo. A proposta é trabalhar a consciência, oferecer técnicas, ferramentas práticas, espaços de fala e escuta, além de atividades voltadas à autoestima, à autoconfiança e à reconstrução emocional.

Como mãe atípica, eu sei o quanto é difícil equilibrar o papel de cuidadora, mãe, dona de casa, profissional, esposa, filha, e mulher — e é por isso que desejo transformar essa experiência em um caminho contínuo para auxiliar essas mães.

O primeiro encontro do MÃES ILUMINADAS acontecerá no dia 8 de novembro, na sede do Fundo Social da Cidade de Jundiaí (SP), a partir das 09h, com apoio do Fundo Social de Solidariedade.

Será uma manhã de pausa e respiro — uma vivência de autoconhecimento e fortalecimento emocional, feita para lembrar que, antes de qualquer papel, você é mulher, viva e merece ser feliz!

Para reservar seu lugar mande uma mensagem para 11 94756-5478 e escreva: Eu desejo participar do evento Mês Iluminadas.

Quando uma mãe se ilumina, o mundo ao redor dela também brilha.

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Ana Kekligian atua há mais de uma década na área de desenvolvimento humano, motivando mulheres a reconstruírem sua autoestima, promovendo inteligência emocional, comunicação assertiva e uma cultura de alta performance baseada em motivação, estratégia e propósito, de maneira a fortalecerem sua autoconfiança e se reconectarem com sua identidade para viverem com mais leveza e realização.

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Imagem por Marcos Kulenkampff em Canva Fotos

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