O doce e o amargo do home-office

Por Marilucia Caramalac

Em 2020, a Fundação Instituto de Administração (FIA) publicou uma pesquisa onde detectou que 46% das empresas entrevistadas adotaram o sistema home-office, durante a pandemia. Paralelo a isso, o volume de vagas no mercado, em regime de trabalho flexível, cresceu 309%, no mesmo ano.

O que pouca gente sabe, talvez, é que esse modelo de prestação de serviços é regulamentado pela CLT, desde novembro de 2017, o que infere em normas e regras que devem ser observadas tanto pelo contratante, como pelo contratado.

 

E, no meio disso tudo – crescimento de vagas, mais empresas adotando o sistema, leis sendo ajustadas para a nova realidade – estamos nós, seres humanos.

Por que estou apontando para a humanidade da coisa? Porque é aí que moram nossas angústias e nossas chances de sucesso. 

Quando as mudanças geram aprendizados

Percebam que o mundo, de um ano para cá, seguiu na velocidade da luz. Entramos em um turbilhão de acontecimentos e passamos a lidar com uma enxurrada de informações, em modo looping. E, dentro desse contexto, acredito que poucos de nós tenhamos parado para pensar que o home-office é uma realidade que veio para ficar. Ele já se desenhava lá atrás, tímido, mais frequente em algumas profissões, nem tanto em outras. Porém, a grande maioria olhava para a situação como temporária, pontual.

Com a adoção desse sistema por, praticamente, 80% das pequenas e médias empresas no Brasil, tudo indica que estamos migrando para um formato híbrido de trabalho, o que exigirá muita estratégia de nossa parte, empregadores e empregados.

É fato que entramos em uma espécie de treinamento para o “escritório em casa” de forma abrupta e, então, nos deparamos com as mais diversas situações cotidianas que não faziam parte do nosso dia a dia na empresa. Passamos a vivenciar tudo junto e ao mesmo tempo: casa, filhos, família, pets, vida corporativa etc., etc., etc. Muitos de nós fomos à exaustão, mas, sobrevivemos.

Começou a ficar mais claro que é possível adequar a rotina da casa ao trabalho, mas, que precisamos de disciplina, espaço, criar limites. Também, começamos a entender que não somos perfeitos. Quem nunca passou por um sufoco em uma vídeo chamada, uma live – onde a criança chora, o gato mia, o cachorro derruba algo – que atire a primeira pedra. Tudo é aprendizado e contribui para o aperfeiçoamento. E, nesse aprendizado, entendemos que antes de sermos CEO ‘s, diretores, supervisores, coordenadores, funcionários, prestadores de serviços, somos humanos.

Humanizar é preciso

Mas, o quero deixar aqui para vocês refletirem é sobre o processo de humanização, pelo qual o mundo está passando. Há inúmeras campanhas sobre este tema, atualmente. Em 2017, uma empresa norte-americana, do ramo financeiro, A TD Ameritrade Institutional, criou uma campanha on-line chamada “Human Finance Project”, onde ela mostrava o lado humano de seus consultores e seus clientes, em seu dia a dia. Foram inúmeros vídeos, dividindo histórias incríveis e emocionantes. O sucesso foi enorme.

E deu muito certo porque, mesmo antes da pandemia, já se expressava um desejo coletivo de acolhimento. O ritmo intenso do nosso cotidiano, a carga de stress pesando nos ombros, os compromissos infindáveis, tudo isso foi naturalmente nos distanciando de nossa casa, nossas famílias. No entanto, à medida que a situação nos colocou em formato remoto e tivemos que encaixar nossa rotina de trabalho com a do lar, as coisas mudaram de figura.

No início, houve o confronto. O que era confortável e ok para um, era totalmente desconfortável e perturbador para o outro. Mas, era o que tínhamos para lidar e fomos nos adaptando. E nesse processo de adaptação, começamos a entender o valor da humanização nos negócios.

O saldo até agora é que ficou claro que o homem não é uma máquina, que uma pausa para um café com a esposa, esposo, filho, enfim, não nos torna menos capazes. Que é possível arrumar tempo para outras coisas, além da nossa vida corporativa. Que está tudo bem quando você se irrita com algo ou alguém dentro dessa nova realidade porque estamos todos cansados e sobrecarregados.

Porque somos humanos.

Entendam isso como um ganho em nossas vidas. Sim, porque a humanização nos negócios traz muitos benefícios como bem-estar e aumento na produtividade.

A empatia é uma grande aliada nesse movimento. Quando nos colocamos no lugar do outro, mudamos a nossa maneira de ver as coisas e enxergamos detalhes que antes não estavam claros.

Não existe uma fórmula mágica para tudo o que estamos vivendo neste momento. Deparamos com um panorama desconhecido e inusitado, porém, essa é a nossa chance de evoluir pessoal e profissionalmente. O novo nos permite grandes avanços. Vamos agarrar essa oportunidade e transformar o que está amargo em algo doce, com determinação, paciência e resiliência, a gente consegue. Os resultados virão em números e em uma enorme satisfação pessoal.

 

Imagens destacadas nesta publicação foram fornecidas por Marilucia Caramalac

Marilucia Caramalac é publicitária, trilíngue e especializada em marketing. Possui mais de 27 anos de experiência nas áreas de marketing e comunicação, com atuação em empresas nacionais e multinacionais. Atualmente dirige a M. Caramalac, consultoria voltada para planejamentos estratégicos de marketing, comunicação, eventos e relações públicas, com mais de 10 anos de experiência nestas áreas, que se destaca pela inovação em comunicação, através de campanhas baseadas em planejamento estratégico. Além disso, integra a rede Adam Network (https://adamnetwork.com.br/) 

Este artigo é um oferecimento de Touchédigital Marketing OnLine
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