Agenda lotada, filhos estressados

Dolce Criança

Cynthia Wood Passianotto

O mundo de hoje está cada vez mais agitado e cheio de compromissos e responsabilidades e por conta dessa realidade, muitos pais acreditam que a melhor forma de preparar seus filhos para o futuro é inseri-los desde cedo nesse movimento incessante de atividades.

Os filhos são levados de um compromisso a outro, de segunda-feira a sábado. Suas agendas estão lotadas de cursos extracurriculares, do balé para o inglês, do judô para o Kumon, e também natação, violão, aula de artes etc.  Muitas vezes a agenda ultrapassa 50 horas semanais de atividades, entre escola, cursos, esportes e reforços escolares. Estão mantendo uma agenda que faria qualquer CEO adoecer.

O que é feito com amor e carinho pelos pais acaba virando um transtorno para os filhos.

Está na hora de refletirmos:

O que pretendemos com tudo isso? Formar uma supergeração competitiva? Prepará-los para o sucesso? A super estimulação promovida pelos adultos tem levado crianças e adolescentes ao esgotamento. Estímulo demais, concentração de menos. Estamos adoecendo nossos filhos que reclamam que não tem tempo para estudar para todas as provas, fazer as lições, treinar para todas as competições e apresentações.

Quanto maior a pressão, maior o risco de ficarem estressados, ansiosos ou desenvolverem um quadro de depressão. Muitas vezes no consultório me trazem que até o lazer não querem mais e o passeio x, ou viagem y, traz a sensação de que não vão ter o tempo para cumprir as tarefas de sua rotina e entregar na segunda feira. Me olham com a cara mais triste do mundo e dizem: Se eu for viajar como vou entregar as atividades da próxima semana? Explicando que não tem tempo para o lazer e que não são tão competentes e rápidos a ponto de fazer tudo na semana e conseguir assim ter o merecido descanso. E não percebem, que só precisam de diminuir as atividades e ficarem mais tranquilos.

Crianças e adolescentes se desenvolvem quando têm o tempo e o espaço para respirar, para ficar à toa e se aborrecer algumas vezes, para relaxar, assumir riscos e cometer erros, sonhar e ter prazer com suas próprias coisas, e até mesmo para fracassar.

Chegou a hora dos adultos retirarem um pouco desta sobrecarga e excesso de atividades da vida dos filhos e permitirem que eles tenham mais tempo livre para criar, viver e encontrar a felicidade em pequenas coisas. Fazendo com que eles possam ter mais saúde física e emocional e qualidade de vida.

Cynthia Wood Passianotto  é psicóloga e escreve quinzenalmente na Dolce Morumbi.
Acompanhe a Cynthia também em suas Redes Sociais:
@cynthia_wood_passianotto e @crescendoeacontecendo

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