Estamos sendo engolidos pela eficiência?

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Por Alessandra Lazarin

Na Era agrícola, os trabalhadores do campo estavam à postos para trabalhar quando o sol raiava e ao pôr do sol estavam voltando para suas casas, cumpriam sua carga horária de trabalho e depois, se reuniam para escutar a rádio de alguma pessoa em comunidade. Tinham poucos recursos, mas tinham relacionamento. A produtividade era menor, pois o trabalho era muito braçal, mas eficiente.

Na Revolução Industrial os operários recebiam baixos salários, tinham uma jornada exaustiva de trabalho de até 18 horas por dia e era comum mortes por exaustão e acidentes; nesta época surge o movimento operário, que reivindicava os direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho.

E segundo uma matéria da Infomoney, veiculada em 29/10/2019, relata que os trabalhadores brasileiros trabalham em média 39,5 horas semanal ou cerca de 8 horas por dia.

Olhando para a história vemos que hoje, mesmo tendo tantas facilidades, como: máquina de lavar roupa e louças, carro, Wi-fi, computador, impressoras etc., ainda nos falta tempo para sermos mais eficazes no nosso trabalho. Temos muitos recursos técnicos, intelectual e informação e; mesmo trabalhando menos horas, se olharmos para a história, não estamos atingindo a “eficiência” tão desejada.

Quanto mais horas trabalhamos, menos eficientes e eficazes vamos ser.

A cultura nos influencia a pensar que se trabalharmos muito, “até sangrar, até não aguentar mais”, seremos mais eficientes e produtivos. Que as pessoas mais ocupadas são os profissionais mais importantes, e que o descanso não é um fator de remuneração, logo o “ócio” é visto como preguiça. E toda a mensagem que vemos é “não pare”; haja vista os comércios e negócios “Abertos 24 horas”.

Com esta cultura da “mente imediatista, agitada, que não pode parar”, temos visto profissionais mais ansiosos, mais estressados e com menos resultados. Não temos respeitado nossos corpos e mentes. Somo humanos e não robôs; estamos esquecendo de “nos incluir” no processo do trabalho, de um trabalho com mais significado e alta performance, sem perder a própria vida.

A autora do livro “Não faça nada”, Celeste Headlee, nos inspira a abandonar o culto à eficiência e nos dá dicas de como recuperar o nosso tempo e humanidade. No livro ela relata que os seres humanos estão trabalhando cada vez mais, levando uma vida pesada e menos inteligente, se tornando seres mais solitários e ansiosos.

Tenho investido muito em mentorias com profissionais que já chegaram onde pretendo chegar e o mesmo faço com as minhas clientes, oriento-as por caminhos menos estressantes e mais estratégicos, que possam errar rápido e barato, mas sem perder suas vidas, tempo e dinheiro.

Para que possamos ser de fato eficientes precisamos mudar a nossa mentalidade e ressignificar a cultura do trabalho “custe o que custar”.

Celeste Headlle nos orienta a dividirmos nosso dia em blocos de atividades que competem às ações pessoais e profissionais em tempos determinados; como não mais fazer ajustes do tipo: “enquanto não começo a próxima reunião, vou pagar o boleto das escolas dos filhos”; desta maneira temos a sensação de que estamos trabalhando por longas horas, enquanto fazemos várias coisas, sem de fato focar em uma de cada vez.

Os outros dois pontos que gostaria de compartilhar com vocês é que a autora nos orienta a desenvolver a “presença” intencional. Trazer os nossos pensamentos e atenção para o agora. Quando estamos com os filhos, estar com eles; quando estiver escrevendo um e-mail, esteja definitivamente com seu foco nele, com isso seremos mais estratégicos, eficientes e produtivos.

E por último, programar seu tempo de lazer de forma proposital, não apenas quando der, mas que este lazer possa ocupar espaço na sua agenda. E este lazer pode ser “fazer nada” até patinar no parque, a escolha sempre será sua.

Claro que não darei spoiler dos demais pontos abordados, mas vale como dica a leitura do livro no seu “tempo programado de lazer”, o que acha?

E para finalizar, trago uma frase do livro do João Branco, Dê Propósito: “Trabalhar não é um mal necessário, porque o mundo precisa do que você faz: o seu trabalho é um bem necessário que pode ir muito além das suas tarefas diárias.”

Podemos ser eficientes, produtivos, com ótimos resultados, alta performance e com leveza. Vai por mim!

Alessandra Lazarin Multicarreira apaixonada pelo desenvolvimento pessoal e negócios. Palestrante, Autora, Educadora e Mentora de Empreendedorismo, Negócios e Liderança Feminina. Especialista em Inteligência Emocional, Coaching Profissional e de Vida, Psicologia Positiva, Neurociência das Emoções, Metodologias para Desenvolvimento Pessoal e Sustentabilidade Empresarial. Empreendedora do Instituto Ale Lazarin de Educação e Desenvolvimento. Instrutora empresarial especialista em Inteligência Emocional, Psicologia Positiva, Metodologias para Desenvolvimento Pessoal e Sustentabilidade Empresarial

Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

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