Dados do LinkedIn mostram que a desaceleração econômica deve contribuir para o aumento da diferença de gênero no ambiente profissional

O Relatório Global Gender Gap de 2023 revela que o Brasil fez progresso na contratação de mulheres, mas pode demorar até 53 anos para alcançar condições ideais de equidade no trabalho

  • No primeiro trimestre de 2023, a porcentagem de profissionais femininas em cargos de liderança caiu 32% globalmente, voltando ao mesmo nível de 2020, durante a pandemia da COVID-19
  • O Brasil obteve sua melhor posição no ranking mundial de equidade de gênero no ambiente profissional do Relatório Global Gender Gap ocupando a posição 57ª no ranking mundial, seu melhor nível desde 2006.
  • A representação feminina sofre uma queda de 21% entre a conclusão da graduação em áreas relacionadas à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática e a entrada das mulheres no mercado de trabalho nesse mesmo campo

O LinkedIn, maior rede social profissional do mundo, apresenta novos dados no relatório do Global Gender Gap Report 2023, do Fórum Econômico Mundial (FEM), que revelam que o mercado de trabalho está passando por mudanças que devem afetar, principalmente, a ascensão profissional das mulheres. Apesar do Brasil ter mostrado progresso significativo em relação a equidade de gênero, países da América Latina ainda estão atrás de economias da Europa e América do Norte. 

De forma geral, as contratações haviam aumentado em torno de 1% ao ano em todo o mundo desde 2015, mas com a desaceleração econômica, mudanças no mercado de trabalho já podem ser vistas e muitas outras são esperadas para o futuro. Dados do LinkedIn revelam que neste cenário de incertezas as carreiras das mulheres são as principais prejudicadas. No primeiro trimestre de 2023, a porcentagem de profissionais femininas em cargos de liderança caiu para 32% globalmente, voltando ao mesmo nível de 2020, durante a pandemia da COVID-19.

Apesar da queda de contratações ser uma preocupação entre as principais economias de todo o mundo, o Brasil está em seu melhor momento quando falamos de equidade de gênero no ambiente de trabalho, ocupando a posição 57ª no ranking mundial, seu melhor nível desde 2006. Isso pode ser visto na prática quando olhamos para o ministério e parlamento brasileiro, que contam com a maior participação feminina da história, um aumento de 36,7% e 18,2%, respectivamente. 

“Quando realizamos um comparativo entre os resultados do Global Gender Gap Report realizados em 2022 e 2023, podemos observar que, sete dos 21 países participantes da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, melhoraram suas pontuações quando falamos de equidade de gênero no ambiente profissional. Mantendo o ritmo atual, a região deve levar 53 anos para atingir níveis adequados de equidade de gênero, o que é uma previsão alarmante para um problema tão atual”, afirma Ana Claudia Plihal, Executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn no Brasil.

Imagem de Freepik

Cresce o interesse de mulheres por áreas relacionadas a ciência e tecnologia

Em um mundo cada vez mais globalizado e impulsionado pela tecnologia e inovação, o setor que engloba Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática é muito relevante em termos de oportunidades. Desde empregos altamente especializados até novas funções emergentes, a demanda para profissionais na área atinge diversos setores da indústria. 

Com isso, a porcentagem de profissionais femininas que desenvolveram habilidades relacionadas à ciência e tecnologia cresceu em todo mundo entre 2015 e 2023. Isso pode ser visto pelas competências descritas em seus perfis do LinkedIn. Entre todos os usuários e usuárias que listaram qualidades técnicas importantes para o setor em 2023, 26% são mulheres, contra 21% em 2015. 

Apesar da crescente, homens ainda são a maioria. Cerca de 29% deles destacam suas qualidades relacionadas ao setor e tem 2,5 vezes mais chances de listar habilidades em seus perfis do LinkedIn quando comparados a elas. Outro dado da plataforma mostra que, em 2023, 32% dos homens do LinkedIn trabalham nos setores de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, contra apenas 14% de mulheres. 

“A diferença mostra a persistência de estereótipos de gênero como limitantes para a entrada feminina em carreiras ligadas a determinadas indústrias. Mesmo com a crescente de mulheres graduadas com diplomas em áreas focadas em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, vemos que representação feminina sofre uma queda de 21% entre a graduação e a entrada no mercado de trabalho das áreas”, diz a Executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn no Brasil.

Globalmente, as mulheres continuam sendo minoria em funções em tecnologia e inovação, representando apenas 29% da força de trabalho, com oito em cada 10 cargos de liderança ocupados por homens. No Brasil, a participação feminina em cargos de vice-presidente ou diretoria executiva nessa área cai para menos de uma em cada 10. No entanto, as funções desses setores são algumas das que mais crescem, tornando-as mais resistentes às pressões econômicas. 

O recrutamento deve se tornar mais justo, com foco no aumento da representação das mulheres na liderança, especialmente em setores de alto crescimento

O Global Gender Gap Report mostra que uma mudança sistêmica é necessária para tornar os locais de trabalho mais justos, igualitários e abertos a receberem mulheres, tanto em cargos de entrada quanto de liderança.

Os passos práticos e imediatos que as organizações podem tomar para ajudar a diminuir a diferença de gênero incluem: 

  • Contratação que prioriza as habilidades em vez de confiar em credenciais tradicionais, como cargos anteriores ou educação, e amplia a diversidade de talentos, abrindo oportunidades para mulheres e outros trabalhadores que podem ter sido negligenciados.
  • A pesquisa do LinkedIn mostra que as mulheres eram quase duas vezes mais propensas (1,8x) que os homens a se candidatarem a uma vaga de emprego quando eram mostradas como suas habilidades se sobrepunham aos requisitos do trabalho.
  • A remoção do viés das descrições de cargos e a inclusão de mulheres nos painéis de entrevistas pode ajudar a tornar a contratação mais inclusiva.
  • Programas de mentoria e treinamento são essenciais para mulheres em cargos de gestão e para as que buscam ingressar em áreas dominadas por homens.

O LinkedIn também está apoiando o desenvolvimento de carreira de mulheres com cursos gratuitos em português do LinkedIn Learning, incluindo: Combater o preconceito de gênero no trabalho; Mulheres transformando a tecnologia: tornando-se estratégico com sua carreira; Introdução à Inteligência Artificial; Do impotente ao poderoso: assumindo o controle.

Metodologia

Reconhecemos que alguns usuários do LinkedIn se identificam para além das construções tradicionais de gênero. Os profissionais cujo gênero não pode ser inferido como homem ou mulher foram excluídos desta análise.

Veja esta nota técnica para mais detalhes sobre a metodologia.

O LinkedIn é a maior rede social profissional do mundo. Estamos presentes em mais de 200 países e contamos com mais de 930 milhões de usuários, sendo deles 65 milhões de brasileiros. Ajudamos a conectar os profissionais do mundo a oportunidades de emprego e a transformar a forma com que as empresas contratam, divulgam suas marcas e vendem. Nossa visão é criar oportunidades econômicas para todos os usuários do mercado de trabalho. 

@linkedin

Colaboração da pauta:

Edelman SP

Isabela Perroni | [email protected]   

cacao.com.br

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