Você consome nas redes sociais?

Dolce Selfcare

Cecília Trigueiros

Consumismo é quando compramos coisas para satisfação pessoal e não por necessidade

Imagem de Freepik

A propaganda sempre esteve presente nas nossas vidas. Com a TV reinando por décadas, era por intermédio dela que tomávamos conhecimento das principais novidades das marcas.

Não se pode negar que o consumo faz parte do cotidiano de todo ser humano, pois algumas das suas necessidades só podem ser supridas por intermédio da compra.

No entanto, quando o ato de comprar acontece para satisfação pessoal e não por necessidade, passa a ser chamado consumismo.

Alguma bonita está se identificando? Bom momento para um mea culpa

Mas calma, antes que apontem o dedo, as propagandas foram feitas com o objetivo de manipular um desejo de consumo através de inúmeros artifícios. E nós caímos feito patos. Quá, quá!

Além disso, essas campanhas não apenas mostram o produto, mas também agregam valor, criando uma sensação de que se você o possuir irá ser mais feliz, desejado e bem-sucedido.

As campanhas de perfumes, carros luxuosos ou joias são um bom exemplo de produtos dispensáveis, mas que carregam sensações prazerosas e, portanto, almejadas.

E é justamente dessa maneira que podemos observar como a publicidade influencia o consumo das pessoas.

Com a Era Digital, as propagandas tiveram que se reinventar e, com isso, o processo de compra mudou, assim como a influência sobre os consumidores, que também mudaram.

Resumindo, tudo mudou.

As pessoas estão usando as mídias sociais para se informar, avaliar produtos, participar de campanhas publicitárias, compartilhar opiniões e interagir com as marcas. Isso tem criado oportunidades para os negócios, mas também apresenta inúmeros desafios e consumismo desnecessário.

Imagem de Freepik

A maioria dos brasileiros é influenciada pelas redes sociais na hora de decidir o que comprar. Entre Tiktoks e Reels, as “trends” ganharam o público e são ferramentas poderosas para o marketing de marcas e produtos.

Vejamos o exemplo da Granado: bastou uma TikToker recomendar um perfume para que as vendas fossem catapultadas e a empresa assistiu o produto viralizar e esgotar-se em pouco tempo.

O perfume é tudo isso? Você precisa urgentemente de um perfume?

Essas são as perguntas que o nosso astro rei corporal, o cérebro, bloqueia quando é bombardeado por propagandas ininterruptas, hipnóticas e embasadas por pessoas que falam a nossa linguagem, quase um “papo entre amigas”, no melhor estilo olho no olho.

Então chegamos na Era IA!

Sabe quando você está rolando o feed do Instagram, para numa propaganda qualquer e curte só porque as imagens são atrativas?

Deu-se início ao milagre da multiplicação, ou melhor, inteligência artificial que colhe todos os seus gostos e dados.

Digamos que se tratava de um vídeo sobre alfinetes de lapela de camisa, mostrando uma infinidade de alfinetes dourados, prateados, chumbo, reluzentes e delicados. Eram uma belezinha e todos os dias eles apareciam no seu feed, lembrando ao seu ego como eles fazem falta na sua caixa de coisas pequenas e brilhantes.

É impossível não sucumbir à tentação e após três dias intensivos de alfinetadas, agora de diversas marcas, tamanhos e modelos, sobrevoando o seu @…  você comprou em 12 vezes sem juros e com frete incluído!

Bonita esperta, hein?

Imagem de Freepik

A encomenda chegou, a embalagem foi aberta com rapidez e lá estão eles! 18 alfinetes de lapela, cores sortidas e modelos idem.

Agora só faltam a camisa social masculina e a gravata para que as preciosidades se encaixem perfeitamente. Sim, porque no frisson da compra inútil, o “tico e o teco” estavam tirando um cochilo quando não foi lido que eram para camisas masculinas. Sem falar que o Instagram fisgou a sua queda por acessórios masculinos e agora só dá abotoadura, prendedor de gravata, lenço etc.

Tudo bem, bonita, pelo menos você tem mais uma aquisição para a caixa de coisas pequenas e brilhantes…

O último exemplo vai para o efeito manada do hidratante labial Carmed. Vamos lá, a Fini (fabricante de doces) e a Carmed se uniram para o lançamento de uma linha de hidratantes labiais que viralizou e foi o objeto de desejo de todas as antenadas nas redes. São três edições: bananas, beijos e dentaduras. A edição Beijos fez tanto sucesso que se esgotou numa questão de dias.

Um dos grandes babados é o gosto do hidratante ser idêntico ao da bala. Cá entre nós, não é. O hidratante é muito bom, mas nada espetacular para justificar o frenesi e muito menos o preço.

Obviamente eu fiz o vídeo com o almejado hidratante e a bala (infelizmente) que segue logo abaixo desse artigo. Calorias extras com gosto, como dizer elegantemente?

Não dá. Horrível!

Vou finalizar concluindo que não se vive sem campanhas publicitárias. Porém, é preciso não se deixar influenciar por elas. Saber o que está em alta, seja no mercado da moda, alimentação, maquiagem ou outro segmento qualquer é importante, mas não podemos nos deixar encantar pelas maravilhas que são apresentadas nas redes sociais.

Ou seja, duas palavrinhas mágicas para nós todos: bom-senso!

Cecília Trigueiros é formada em Marketing e maquiadora profissional e especialista em autocuidado e beleza. 

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Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

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