Bonitas, preparem o carrinho! O futuro hairstylist criou uma fórmula baseada numa feira ambulante, utilizando como itens: batata, cenoura, abacate e, é claro, a famosa babosa. Na verdade, esses itens já fazem parte dos produtos para cabelos, mas quando se trata de alisamentos, há um decréscimo dos itens naturais e o que ele fez foi devolvê-los de maneira balanceada, diminuindo os agressivos.

Parece simples, mas a tal fórmula que salvou as madeixas colombianas da calvície exigiu muito estudo e conhecimento. De uma hora para outra, o moço de origem humilde e poucas palavras, viu-se rodeado por filas de mulheres encantadas e ainda surpresas com o alisamento que funcionava magicamente!

Recém-saído do anonimato, o químico farmacêutico fez uma viagem à Venezuela para visitar a irmã, já com o propósito de exercer a sua arte em Aruba ou Curaçao.

Bonitas de cabelos lisos, agora nós vamos embarcar numa aventura digna de um filme de ação!

O momento político da época era tenso e o ditador Maduro fechou todas as fronteiras, assim como os países vizinhos. Ivano viu-se preso na Venezuela e, sem opções, cruzou a pé a fronteira com Roraima, chegando ao Brasil. Focado na ideia de trabalhar nas ilhas caribenhas, ele pegou um ônibus para Manaus, de onde embarcaria para o Caribe. A viagem durou dois dias sem paradas devido aos perigos do trajeto. Sem água e sofrendo de uma infecção renal, ele adoeceu gravemente.

O inventor da fórmula mágica desembarcou juntamente com a ameaça da chicungunha que rodeava a região e foi internado em um hospital para doenças tropicais, já tido como certo que estava infectado pelo vírus. O colombiano ainda tentou explicar em vão que se tratava de uma doença renal, mas foi isolado em quarentena. Numa Torre de Babel dos trópicos, os médicos brasileiros não entendiam o que ele dizia, muito menos ele, ardendo em febre, compreendia a nossa língua.

O burburinho do paciente infectado tomou proporções nacionais, levando a imprensa do país a instalar-se em massa às portas do hospital, para em seguida estamparem as manchetes de todos os jornais que o primeiro caso de chicungunha havia chegado ao território nacional.

E a confusão não parou por aí: a população nativa de Manaus, petrificada com a ideia do perigo que morava ao lado, municiou-se de armas e dispostos a exterminar o hospedeiro do vírus, plantaram guarda defronte a área isolada, ameaçando de morte certa o meu futuro e genial cabeleireiro.

Poucos dias depois, tudo foi resolvido com a chegada de um médico cubano que traduziu as dores do pobre jurado de morte e curou a infecção renal.

Bonitas, vocês hão de convir que foi uma entrada triunfal em terras tupiniquins!

Mas para quem carrega um sobrenome dourado, não poderia haver um fim de metal sem nobreza da Tabela Periódica…