Nos últimos anos, o número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) cresceu de forma significativa. Mais do que uma simples estatística, esse fenômeno reflete uma combinação de fatores que envolvem genética, ambiente, avanços científicos e mudanças na percepção social.
Os pilares do aumento dos diagnósticos
Genética: o DNA do TEA
Pesquisas apontam que fatores genéticos desempenham um papel fundamental no autismo. Estudos com gêmeos mostram que, quando um deles recebe o diagnóstico, há até 80% de chance de que o outro também esteja no espectro. Além disso, mais de 100 genes já foram associados ao TEA, influenciando diretamente o desenvolvimento cerebral.
Fatores ambientais: o impacto da gestação
Durante a gravidez, elementos como infecções, poluição e uso de determinados medicamentos podem afetar o neurodesenvolvimento do feto. Embora ainda não haja um consenso absoluto, estudos indicam que esses fatores podem aumentar a suscetibilidade ao TEA.
Ciência e diagnóstico: critérios mais precisos
A reformulação dos manuais diagnósticos, como o DSM-5 e o CID-11, trouxe critérios mais amplos e inclusivos. Com isso, profissionais de saúde estão mais capacitados para identificar sinais sutis do TEA, possibilitando diagnósticos mais precoces e precisos.
Conscientização: um novo olhar sobre o autismo
O avanço da informação tem levado pais, professores e médicos a reconhecerem sinais do TEA mais cedo. Antes, crianças e adultos com manifestações mais leves do transtorno passavam despercebidos. Hoje, o diagnóstico se tornou mais acessível, permitindo intervenções precoces e mais eficazes.
Estigma à inclusão é outro dos pilares importantes, segundo a Dra. Gesika Amorim, Mestre em Educação Médica, Pediatra pós-graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento: “Se no passado o autismo era cercado de estereótipos e desinformação, hoje há uma crescente valorização da neurodiversidade. Esse movimento tem impulsionado diagnósticos que antes eram evitados por medo do rótulo social, promovendo uma visão mais acolhedora e realista do espectro”, comenta.
Impactos do crescimento dos diagnósticos
Educação: escolas precisam se adaptar, capacitar professores e desenvolver metodologias inclusivas para atender uma crescente demanda por suporte especializado.
Saúde pública: o aumento dos diagnósticos gera maior procura por terapias e intervenções, exigindo investimentos em políticas públicas e profissionais capacitados.
Famílias: um diagnóstico precoce permite suporte adequado, mas também exige preparo e acesso a orientações sobre desenvolvimento e inclusão.
Pesquisas: o crescimento da comunidade diagnosticada impulsiona novos estudos sobre o TEA, promovendo avanços em terapias, abordagens educacionais e entendimento das causas do transtorno.
“À medida que a ciência avança e a sociedade se transforma, o crescimento dos diagnósticos de TEA não significa uma epidemia, mas sim um reflexo de maior compreensão, aceitação e suporte. Afinal, cada pessoa no espectro é única e merece ser vista com respeito e possibilidades reais de inclusão”, finaliza a Dra. Gesika Amorim.
Dra. Gesika Amorim é mestre em educação médica, com residência médica em Pediatria, pós-graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), especialista em tratamento integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, pós-graduada em Medicina Ortomolecular – (Medicina Integrativa) e membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
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