Vamos combinar? Se tem um assunto que ainda desperta curiosidade, dúvidas e até frustrações, é o orgasmo feminino. Mas por quê? Por que ele ainda é cercado por tantos tabus?
A verdade é que, por séculos, o prazer da mulher foi ignorado, julgado, reduzido e tratado como algo secundário. Mas estamos em um momento de transformação, um tempo de resgate. E nunca se falou tanto sobre o direito ao prazer e à sexualidade livre. Então, que tal a gente jogar fora velhos roteiros e escrever uma nova história?
Orgasmo não tem roteiro único – e que bom!
Você já parou para pensar como aprendeu e se aprendeu algo sobre o orgasmo? Se já ouviu que ele “precisa” acontecer de determinada forma, que se masturbar para chegar lá é feio ou que a penetração é o único caminho, te convido a desconstruir essa ideia comigo.
A ciência já nos provou o contrário quando falamos que a penetração é o melhor caminho! O grande protagonista do prazer feminino é o clitóris – essa estrutura que parece pequena, mas que, na verdade, se espalha internamente como um iceberg. Ele tem mais de 8 mil terminações nervosas (o dobro do pênis!) e sua única função no corpo é proporcionar prazer. Ou seja, ele existe para isso!
Além disso, estudos científicos mostram que a masturbação é uma excelente ferramenta para o autoconhecimento e um facilitador do orgasmo. Tudo bem se pra você essa pratica não possa fazer parte do seu roteiro por qualquer que seja o motivo, contudo é importante saber que o auto toque permite que a mulher descubra quais estímulos proporcionam maior prazer, tornando mais fácil compartilhar essas preferências com um parceiro. Segundo pesquisas, cerca de 95% das mulheres que se masturbam regularmente relatam maior facilidade para atingir o orgasmo e maior satisfação sexual.
Então, que tal explorar o que realmente funciona para você? Sem roteiros fixos, sem regras impostas, apenas descobertas. Algumas mulheres preferem estimulação direta, outras curtem combinações diferentes de toques e sensações. E tudo bem! O segredo? Autoconhecimento e comunicação.

E se não acontecer? Relaxa!
Você já se sentiu pressionada para ter um orgasmo, como se fosse uma meta a ser batida? Se sim, vem cá… vamos mudar essa visão?
O orgasmo não deve ser um desafio, um prêmio por bom comportamento ou uma obrigação. Ele é uma consequência natural de um processo de entrega, de desejo e conexão. Aliás, sabia que muitos fatores podem influenciar esse momento? Intimidade, estresse, cansaço, crenças sobre sexualidade… tudo isso pode pesar na balança.
Mas sabe o que é maravilhoso? O prazer não se resume ao orgasmo. A jornada vale muito! O cheiro, o toque, a respiração, a conexão com o outro (ou consigo mesma). Quando a gente tira o foco apenas do final e curte o caminho, a experiência fica muito mais leve e satisfatória. Então, que tal mudar essa narrativa e deixar o prazer fluir sem pressão?

Criando uma nova relação com o prazer
Agora pense: como você se relaciona com seu prazer? Que histórias foram contadas para você sobre ele? Será que alguns mitos ainda estão influenciando sua sexualidade?
A liberdade sexual feminina passa pelo direito de sentir, explorar e reivindicar o próprio corpo sem culpa. Isso significa se permitir falar sobre desejos, aprender o que realmente dá prazer e, acima de tudo, desconstruir padrões que não fazem sentido para você.
Orgasmo não é um luxo, nem um mistério indecifrável. Ele é legítimo, acessível e, acima de tudo, um direito.
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