A sexualidade é frequentemente associada à juventude, como se o desejo tivesse prazo de validade. No entanto, a maturidade pode trazer uma vivência sexual ainda mais rica, embasada no autoconhecimento, na intimidade e no prazer consciente. Com a chegada dos 40, 50 e além, a sexualidade não desaparece; ela apenas se transforma, ganhando novos significados e formas de expressão.
Um exemplo inspirador é a história de Isabel Dias, com quem tive o prazer de dividir uma live. Ela me contou que, após os 60 anos e depois de enfrentar uma série de traições, redescobriu sua sexualidade. Em seu livro “32 – Um homem para cada ano que passei com você”, Isabel relata como se libertou das amarras do casamento e das crenças limitantes sobre o prazer.
Acreditar que a sexualidade tem prazo de validade é simplesmente aceitar a lei da inércia: Se eu não me mexo, tendo a ficar ali, paradinha. E quanto mais parada, mais parada. Que pena. Não há desejo que resista mesmo.
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E é exatamente isso. A sexualidade é movimento, é energia vital e eterna. A fome não é eterna? O desejo sexual também! Acredite. A crença de que “velho não transa” ou que “vovó não transa” não passa de um mito ultrapassado, que priva as pessoas de viverem uma parte fundamental da vida com plenitude.
Do ponto de vista científico, é importante entender que as mudanças hormonais, tanto nos homens quanto, principalmente, nas mulheres durante a menopausa, podem impactar a vivência sexual. A queda do estrogênio pode resultar em menor lubrificação vaginal, oscilações de humor e diminuição da libido. Nos homens, as alterações hormonais podem afetar o desempenho sexual. Mas isso não significa, de forma alguma, o fim do prazer.
Existem soluções acessíveis, como a reposição hormonal (quando indicada), o uso de lubrificantes e os exercícios para o assoalho pélvico, que ajudam a manter a saúde sexual, inclusive laser que podem contribuir muito. E mais do que isso: cuidar da mente é essencial. O bem-estar emocional é o combustível que mantém o desejo aceso.
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A maturidade, por si só, pode ser libertadora. Com mais autoconfiança e menos preocupação com padrões externos, muitas mulheres encontram no sexo um espaço de reconexão consigo mesmas. Claro, os desafios mudam com o tempo: na juventude, o risco está na insensatez e na falta de cuidado; na vida adulta, no estresse, no trabalho e nas demandas familiares; e, na maturidade, nas questões fisiológicas e nas crenças limitantes sobre o envelhecimento.
A verdade é que todo ser humano, independentemente da idade, tem direito ao prazer sexual. Alimentar o corpo com essa energia boa é um ato de autocuidado, seja sozinho, com alguém, em uma relação longa ou em novas descobertas. O importante é se movimentar – e nunca aceitar a inércia como destino.
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