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As sete torres do silêncio

Design Dolce sob imagem por Jessica Ticozzelli em Pexels

O silêncio na arte é um convite para entender a si

Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do Portal. Sua publicação é no sentido de informar e, quando o caso, estimular o debate de questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

Por Lucianno Di Mendonça

Outro dia, em uma página de cinema, eu disse que havia marcado todas as cenas de silêncio nos filmes “Oppenheimer” (Cillian Murphy) e “Assassino da Lua das flores” (Leonardo DiCaprio). Marquei não somente os minutos em que os silêncios apareceram, mas contei o tempo de tela em que os protagonistas ficam em silêncio. É surpreendente!

Continuei dizendo que pretendo escrever um artigo científico fazendo uma relação entre esses personagens quanto ao recorte “silêncio”. Alguns gostaram, alguém disse, inclusive, que isso daria um TCC. Até esse dia, minha obsessão pelo planejamento de um texto me dizia que a relação entre os dois personagens não estava suficiente. Faltava alguma coisa, eu não tinha a menor ideia do que era.

Assisti “Oppenheimer” e “Assassino da Lua das flores” três vezes cada. Isso significa mais de 18 horas cavando silêncios de Murphy e DiCaprio. Contudo, a Obsessão – com a boca sem língua, com dentes podres e pontudos, dizia: “você está procurando mais um silêncio nos lugares errados”. Respondi: “ok, o último silêncio virá como uma bateria de Escola de samba, mas ainda estou aqui e vou até o fim”. Então, meses depois, assisti “Ainda estou aqui”.

Design Dolce sob imagem por Keenan Constance em Pexels

Que pancada seca sem propagação de sons! Ouvi o silêncio do mundo, ouvi o silêncio que faltava. Assisti ao filme novamente, e desta vez não cavei silêncio algum, fui escavado por ele. Não dá mais para falar sobre o silêncio no cinema (em qualquer lugar do mundo) sem falar das duas Fernandas.

Meu desafio agora é outro: o silêncio delas é diferente. Isso adiciona uma camada mais profunda ao que eu pretendia dizer sobre o falar através do não dito. Imagino Murphy e DiCaprio vendo juntos as Fernandas, ao término do filme indo para suas casas sem verbalizarem um “by” e pensando: “de que natureza foi esse som destituído de ondas sonoras?”

Esse texto é uma introdução ao que pretendo fazer quanto aos sete silêncios citados aqui: Murphy, DiCaprio, Torres, Montenegro, e ainda, o meu, o seu silêncio e o do mundo. Contudo, os silêncios das Fernandas seguirão me espantando em qualquer coisa que eu escreva ou faça na vida. Noutro universo paralelo, vejo a Fernanda Torres recebendo o prêmio do último Oscar da noite, não fazendo discurso, ninguém aplaudindo. E todos se levantando para ir embora, não sem antes ficarem 14 minutos de pé, quietos, calados e em lágrimas.

Lucianno Di Mendonça é escritor e mestre em Literatura e Interculturalidade. Publicou o livro “Na linha do horizonte existe um universo” pela editora Novo Século

Colaboração da pauta:

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