A confeitaria brasileira teve origem através da colonização dos português e da descoberta da cana de açúcar, por isso nossos doces são tão doces, já perceberam?
Fora a confeitaria brasileira, poucas outras são tão carregadas no açúcar como a nossa. A única que se assemelha no uso do açúcar é a árabe com seus doces regados em caldas.
Além disso, o uso de muitos ovos são influência dos doces portugueses que usam basicamente açúcar e ovo para 90% dos seus doces. O brasileiro foi um pouco mais versátil e adicionou frutas aos preparos, já que é algo que temos muito.
Além disso, provavelmente os mais antigos irão lembrar de onde as avós tiravam as receitas para fazer em casa. Tão pouco havia livros e canais de culinária como se tem hoje, logo o que as avós faziam era recorrer ao que estava ao seu alcance: livros de receitas da época. Uma grande empresa de açúcar tinha uma coleção de livros onde após adquirir tantos quilos de açúcar você ganhava um livro, o que serviu muito provavelmente como base de inspiração para as receitas das avós e, claro que as receitas pediam muito açúcar, já que a ideia era vender mais.

Hoje com a confeitaria mais consciente e pensando não somente no sabor mas na saúde, vemos um movimento antagônico no qual o açúcar é substituído por opções mais saudáveis e diminuído também a sua quantidade, quando não se é excluído totalmente na receita, para adaptar para pessoas que tem intolerâncias ou simplesmente não querem mais consumir o açúcar.
Nas receitas da confeitaria clássica, o açúcar não serve apenas para adoçar, mas para dar textura, estrutura e umidade às receitas, portanto quando se é feita uma alteração, requer grande estudo por parte do confeiteiro para reestruturar toda uma receita. De fato a confeitaria com menos açúcar é um alquimia, além de ter mais sabor.
Quem aí lembra dos famosos livros de culinária/confeitaria da União?
Excelente domingo a todos.

Ainda não há comentários para esta publicação