Aquela aula de dança, o caderno de desenhos, a habilidade de organizar todas as brincadeiras da rua. Atividades da infância que faziam o tempo voar podem ser mais do que nostalgia: são a chave para destravar uma carreira com mais propósito e menos procrastinação, sendo a consultora de RH, Bia Tartuce, que também é psicóloga e mentora de carreira e de líderes.
Para muitas mulheres, a jornada profissional é marcada por escolhas que atendem a pressões sociais e expectativas familiares, deixando talentos genuínos para trás. Com 472.328 brasileiros afastados do trabalho por questões de saúde mental em 2024, sendo 64% de mulheres, segundo dados do Ministério da Previdência, a desconexão com os próprios talentos se torna um fator de risco. Para elas, que frequentemente enfrentam a jornada dupla e a pressão por perfeição, olhar para dentro não é um luxo, mas uma necessidade. Uma pesquisa da consultoria Triad PS revelou que 70% dos brasileiros procrastinam Tartuce traz uma perspectiva sobre isso. “Muitas vezes, procrastinamos porque estamos tentando forçar nossa energia em direções que não fazem sentido para quem realmente somos“, analisa ela.

A psicóloga diz que nossa sociedade criou uma espécie de hierarquia artificial de profissões, o que leva muitas mulheres a abandonarem paixões em favor de carreiras que prometem segurança, mas que não oferecem realização. “Isso impacta diretamente o desenvolvimento e a satisfação profissional“, explica.
Existem situações que evidenciam talentos que ficaram para trás e que podem ser trazidos novamente para ajudarem as profissionais a terem êxito no trabalho, segundo Tartuce. “Atividades que faziam o tempo passar sem perceber, elogios recorrentes que não eram valorizados por parecerem “naturais” demais, coisas que eram feitas ‘sem querer’ porque algo interno impulsionava, atividades que energizavam em vez de cansarem e padrões que se repetiam são características que podem estar sendo deixadas de lado e que devem ser aproveitadas. Revisitar talentos se traduz em impactos emocionais poderosos. Com autoconhecimento, fortalecemos a autoestima, melhoramos nossa comunicação e desenvolvemos um senso de propósito mais autêntico. É uma virada de chave“, finaliza Tartuce.


Ana Beatriz Tartuce Jorge, mais conhecida como Bia Tartuce, é mentora de líderes e de carreira, consultora de negócios em RH e psicóloga. Possui 30 anos de atuação no mundo corporativo em grandes empresas, como Lufthansa, Grupo Servenco, Souza Cruz, Zara, Bravante, Limppano, entre outras empresas. É formada em Psicologia pela UFRJ, possui MBA em Gestão de Pessoas, Gestão Empresarial pela FGV-RJ e em Modelagem da Cultura Organizacional. Também é coach pela Sociedade Brasileira de Coach (SBC) e pelo Pro Fit. Criadora do método E.L.A Reescreve, baseado em sua própria experiência, ajuda mulheres a fazerem transição de carreira baseadas em uma jornada de psicologia, método e propósito. Sua prioridade é gente. “Meu coração bate forte, meu olho brilha quando vejo a transformação na vida de alguém que eu pude orientar, ajudar a decidir. Sei que dentro de cada um tem um pouquinho de mim.”
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