“A comunicação deixou de ser diferencial para se tornar fator de sobrevivência dentro das organizações”. É o que afirma Andréa Migliori, CEO da Workhub — solução de comunicação interna — diante dos dados do 6º Observatório de Carreiras e Mercado da PUCPR, que revelou que metade das demissões em 2024 teve como causa questões comportamentais, e não técnicas.
O levantamento mostrou ainda que, no ranking de habilidades mais valorizadas, aparecem a comunicação oral (11,46%), o planejamento (10,73%), a solução de problemas (10,18%), gestão de conflitos (7,51%) e comunicação escrita (7,42%). “Antes da demissão, existiu o silêncio. Um conflito não resolvido, uma expectativa não alinhada, um feedback nunca dado. O que parece comportamento é, muitas vezes, ruído de comunicação”, pontua Migliori.

Para a especialista, o ponto central está na construção de um ecossistema de experiência do trabalho que permita visibilidade, alinhamento e a possibilidade de agir antes que pequenos sinais se transformem em problemas maiores. “Não é sobre falar mais, é sobre comunicar com estratégia e propósito. Quando a comunicação é integrada e a mensagem é clara para o público certo, as pessoas não perdem energia em canais dispersos e conseguem focar no que realmente traz resultado”, completa.
A urgência de rever os processos de comunicação também aparece em outra frente. O relatório “Tendências em Gestão de Pessoas 2025”, do Great Place to Work (GPTW), mostra que a tríade de maiores desafios para o RH atualmente são comunicação interna (33%), saúde mental (32%) e desenvolvimento de lideranças (31%). Outros pontos que aparecem no top 10 incluem manutenção da cultura organizacional (22%), redução de turnover (20%) e engajamento (19%).
Na visão de Migliori, todos esses fatores estão conectados: sem clareza de informação, líderes falham em orientar, equipes se desgastam emocionalmente e a cultura se fragmenta. “Quando a comunicação é ruim, nada funciona. É um efeito dominó que vai da liderança até a base.” Ela lembra, no entanto, que o contrário também acontece. “Quando a comunicação é boa, quase ninguém percebe. É tão natural que parece não ter importância, até o momento em que falha. É neste momento que a relevância salta aos olhos e é por isso que precisamos estruturá-la de forma intencional, para que ela seja o fio que sustenta a cultura, engaja times e fortalece lideranças”.

O papel dos dados: IA e People Analytics como aliados
O desafio, segundo a executiva, é que comunicação e cultura precisam vir acompanhadas de tecnologia. Um levantamento da LG – Lugar de Gente, em parceria com a Mercer, mostra que 67% das empresas já usam People Analytics para entender causas e fatores relacionados à retenção e ao turnover, enquanto 72% utilizam inteligência artificial em processos de recrutamento e seleção.
“Um ecossistema de experiência do trabalho precisa ir além da troca de mensagens. Ele deve transformar a comunicação em dados. É assim que líderes conseguem enxergar, por exemplo, em quais áreas há maior risco de rotatividade, como está o engajamento ou se há sinais de sobrecarga antes que isso se torne um problema de saúde mental”, destaca Migliori.
Ela lembra, no entanto, que há desafios. “Muitas organizações ainda enfrentam barreiras como falta de integração entre fontes de dados, resistência cultural e até vieses da IA. Mas o primeiro passo é estruturar a comunicação, porque sem dados confiáveis, não existe análise que ajude”.

Andréa Migliori, CEO da Workhub
A Workhub é uma solução de comunicação interna que evoluiu para ser muito mais que uma intranet: é um hub corporativo que centraliza processos, reduz ruídos e transforma a experiência do trabalho. Com tecnologia integrada, conecta pessoas, informações e decisões em um só lugar. Com mais de 100 clientes – entre eles Montebravo Investimentos, BRK, Universidade Cruzeiro do Sul, Eletromidia, Hospital Sírio Libanês, Cartão de Todos e Grupo Comporte – a HR Tech tem o objetivo de centralizar todos os processos corporativos dentro de uma única plataforma com interface amigável e integrada ao Microsoft Sharepoint, usado por mais de 90% das empresas. Tudo isso com investimento otimizado, em modelo assinatura e com entrega em apenas sete dias.