Você já se pegou abrindo a geladeira sem estar realmente com fome? Ou sentiu aquela vontade incontrolável de comer um doce no fim do dia, mesmo depois de uma refeição completa? Se sim, talvez você já tenha experimentado a chamada fome emocional — e tudo bem, isso é mais comum do que parece.
Por que comemos quando não estamos com fome?
Muitas vezes, comemos porque “é hora do almoço”, “hora do café”, ou porque alguém nos ofereceu algo. Mas será que paramos para perceber se o nosso corpo realmente pediu comida? Ou estamos apenas seguindo um roteiro aprendido?
Desde pequenos, somos ensinados a comer em horários fixos, a limpar o prato mesmo estando satisfeitos, e a não sair da mesa sem terminar tudo. Essa educação alimentar, embora bem-intencionada, molda nossa relação com a comida de forma automática e, muitas vezes, desconectada dos sinais reais do nosso corpo.

Além dos hábitos culturais, há também o aspecto emocional. Certos alimentos — especialmente os mais doces ou calóricos — estão associados a memórias afetivas: o bolo da avó, o chocolate depois de um dia difícil, o lanche especial de domingo. Esses alimentos ativam áreas do cérebro ligadas ao prazer e à recompensa, funcionando quase como um “abraço emocional”.
É por isso que, em momentos de estresse, tristeza, ansiedade ou até tédio, buscamos conforto na comida. Não é fome fisiológica — é uma tentativa de preencher um vazio emocional.
A fome física surge gradualmente, com sinais claros como estômago roncando, falta de energia ou dificuldade de concentração. Já a fome emocional aparece de repente, com desejos específicos (geralmente por alimentos calóricos), e costuma vir acompanhada de sentimentos como culpa ou frustração após comer.
Observar esses sinais é o primeiro passo para desenvolver uma relação mais consciente com a comida.

E você, tem observado que tipo de fome sente?
Reconhecer a fome emocional não é motivo de culpa — é um convite ao autoconhecimento. Ao identificar o que realmente estamos sentindo, podemos buscar outras formas de acolhimento: uma conversa, um banho relaxante, uma caminhada, ou simplesmente um momento de pausa.
A comida pode (e deve) ser fonte de prazer, mas não precisa ser o único caminho para lidar com as emoções.
Até a próxima!



































