Os 8 membros do Yoga

Dolce Yoga

Michelle Duarte

Namastê, caro leitor e cara leitora!

Tenho dito muitas vezes em outros artigos que Yoga é muito mais do que a prática física e sim uma forma de viver, mas você deve se questionar: E o que ela quer dizer com isso?

De acordo com o Yoga Sutra do sábio Patañjali, todo Yogi, que almeja alcançar o Samadhi, estado de supraconsciência ou iluminação, deve seguir um código de comportamento no intuito de construir uma conduta moral, física, mental e espiritual, antes mesmo da prática de asanas. Conhecido também como Asthanga Yoga, pois divide-se em 8 partes, (ashta= oito anga= partes ou membros).

Em sua obra, Patañjali descreve cada um desses 8 membros na seguinte ordem: Yama, Nyama, Asana, Pranayama, Pratyahara, Dharana, Dhyana e Samadhi. Todos são indispensáveis para o resultado da nossa prática, ou seja, de nada adianta colocar o pé atrás da cabeça se você não cumprimenta nem o seu vizinho. Vou falar sobre cada um deles de forma sucinta.

O primeiro deles: Yama significa controle ou domínio das ações e emoções. É observar como agimos com o mundo externo. Divide-se em 5 partes:

Ahimsa: não agir com violência, ter compaixão por todos os seres;
Satya: veracidade de pensamento, ser verdadeiro tanto na fala, gestos e nas ações;
Asteya: não roubar, saber que existe abundância no universo suficiente para todos e não cobiçar algo que não lhe pertence;
Bhahmacarya: agir com moderação, muitas vezes traduzido com celibato, mas é mais no sentido de não desvirtuar a sexualidade e preservar energia;
Aparigraha: desapego, fazer uso apenas do que é necessário sem acumular desnecessariamente.

Nyama são as abstenções, a observação de como agimos com nós mesmos, também dividido em 5 partes:

Saucha: pureza, manter-se limpo em suas ações, cuidar do corpo e da mente (saúde);
Santosha: contentamento, manter um estado de positividade mesmo em circunstâncias adversas ter amor incondicional por si mesmo e todos os seres;
Tapas: disciplina, ser devoto na sua prática e nos estudos;
Swadhyaya: estudo de si mesmo, observação dos pensamentos, sentimentos e ações, saber quem você é;
Isvara Pranidhana: auto entrega, aceitar e acreditar que o universo te coloca no caminho certo.

O modo como nos comportamos com os outros e com o nosso ambiente revela a nossa personalidade e nosso estado mental. Inevitavelmente nossas crenças, base social e cultural, caráter e potencial individual influenciam diretamente em nossos esforços e como manifestamos Yamas e Nyamas na vida prática.

Manter a observação sobre si mesmo trás uma vida mais presente. Desenvolvemos a correção de nossas atitudes e erros que nos causam problemas. Além disso torna-se mais nítida a noção de sermos observador e objeto ao mesmo tempo, ao passo que percebemos o funcionamento da mente como algo que trabalha automatizando tudo independente do observador.

ASANA: posturas psicofísicas, todas as posturas devem ser feitas com a mente ativa.
PRANAYAMA: a manipulação da bioenergia, através da extensão da respiração.

PRATYAHARA: introspecção dos sentidos.
DHARANA: concentração – foco de atenção.
DHYANA: meditação – mente direcionada.
SAMADHI: iluminação – união, absorção.

Apesar de Patañjali colocar nessa ordem não significa que estaremos assim praticando cada um desses componentes, eles acabam se misturando entre si, não há regras para isso, todos eles se desenvolvem simultaneamente à medida que o praticante progride na atitude de direcionar a mente equânime e sem distrações.

No próximo artigo falarei mais detalhadamente sobre Dharana, Dhyana e Samadhi. Até lá!

Boa prática!

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Michelle Duarte é professora de Hatha Yoga e Meditação, empreendedora e mãe. Formada em design gráfico, encontrou no Yoga seu verdadeiro propósito de vida: levar autoconhecimento, bem-estar e realização ao maior número de pessoas.