Eu o via vez ou outra… E sua presença era como um ímã para o meu olhar.
Belo, atraente, ele fazia com que cada parte do meu corpo vibrasse em resposta.
Eu me sentia quente, febril… Minha mente ousada, fantasiava com sua boca sobre a minha, e com o toque de suas mãos deslizando lentamente pela extensão da minha coluna, acendendo cada nervo em brasas invisíveis.
Foi em uma tranquila tarde de outono, perdida na rotina cansativa da semana, enquanto caminhava pela caótica cidade tingida de dourado pelas folhas caídas, que o destino o colocou diante de mim.
Minhas pernas fraquejaram à medida que ele se aproximava — e ele sabia.
Sabia da loucura que sua presença despertava em mim, sabia do turbilhão silencioso que me devastava por dentro.
Seu sorriso, lânguido e carregado de intenções, fez o mundo ao redor desaparecer.

Senti o calor de seu hálito roçar minha pele, e desejei muito mais… muito mais do que meros toques ou palavras.
Sua voz, rouca e sedutora, sussurrou um convite ao meu ouvido — tão tentador, tão irrecusável quanto um feitiço antigo.
Sem resistência, segui seus passos como a ovelha que, em êxtase, deseja ser devorada pelo lobo.
Caminhamos juntos para dentro daquela tarde de vento gélido, onde as promessas eram tão quentes quanto o dia mais escaldante do verão.
Cada passo meu era um mergulho mais profundo nas fantasias mais proibidas que minha mente ousava criar.
Eu sabia, com uma certeza que queimava em minha alma, que aquela tarde não seria apenas um encontro — seria, onde o real e o imaginário se entrelaçariam em loucura e prazer.
Foi como mergulhar em um incêndio.

Seus lábios tinham o gosto agridoce da tentação, e seu toque deslizava pela minha pele, acordando pedaços de mim que eu nem sabia que existiam.
As roupas pareciam obstáculo demais para a ânsia que nos consumia.
Cada botão, cada tecido que caía no chão, era uma declaração muda de entrega e rendição.
Fomos atraídos como sombras errantes por uma força inevitável.
A respiração, ora febril, ora entrecortada, tornara-se um único compasso desgovernado.
E ali, entre carícias que queimavam como maldições e beijos que prometiam perdição, perdemos o medo, o juízo e o próprio mundo — até que restou apenas a sombra ardente de dois estranhos, que naquele outono dourado, se consumiram no fogo de um louco desejo.
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