Oh!, Sereia tão linda…
Tão etérea em sua beleza fatal
Canta promessas com lábios de névoa
Sussurra amor em notas líquidas
Que se arrastam como serpentes na pele
Seu canto — quente, doce, maldito
Me enlaça como correntes invisíveis
Enquanto teus olhos, abismos abertos
Assistem minha queda com prazer.
Oh!, Sereia tão linda…
Eu resisti, juro que lutei
Mas o feitiço escorreu por meus poros
E suas águas — frias, profundas, famintas
Me tomaram sem piedade
Afoguei-me em teus beijos proibidos
Sorvi tua língua, teu veneno ardente
Enquanto meu corpo cedia ao teu altar.

Oh!, Sereia tão linda…
Você se alimentou de mim — eu de você
Mas o que resta quando o êxtase silencia?
O que existe depois do gozo abissal?
Agora estou aqui… no fundo do lago
Coberto por tuas águas escuras
Preso no silêncio que vem depois do desejo
E quando teus olhos me observam
Gélidos, distantes…
Você sorri.
Oh!, Sereia tão linda…
Teu prazer foi minha sentença
E meu amor… tua oferenda
Afundado em tua fome insaciável
Descubro, tarde demais
Que nunca quis me salvar
Quis apenas me devorar.

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