Meu coração me chamou para conversar. Tudo estava quieto. Éramos só eu e ele. Triste, ele me lembrou de suas feridas. Nesse desabafo, meu peito apertou. Meu coração batia sem ritmo certo, às vezes acelerado e aflito, ao mesmo tempo fraco e desmotivado, fazendo meus olhos derramarem lágrimas por ele.

Compadeci-me de sua dor, daquele desalento desumano e insensível. Tentei mostrar a ele a inutilidade de sofrer, mas havia uma vertente escorrendo por minha face, era sofrido tentar. Apenas o ouvi e chorei com ele o seu dissabor. Em dias de céu cinza, as nuvens escurecem ao redor.

Deixei a desolação explodir na alma, como se fosse dilacerada em pequenos retalhos. Vi-me desmanchar pelo chão, acolhi-me nas profundezas das águas tranquilas de um lago. Descia mais fundo, onde não podia mais ouvir meu choro, onde eu era parte fluida, imergida pelo pranto que me abrigava