Por Paulo Maia
Escrevi um texto, com o mesmo título deste, há cinco anos atrás, celebrando a trajetória de Maurício Sanzi no São Paulo Futebol Clube. Hoje, reviso e reedito estas linhas poque o texto ganha novos contornos: é uma homenagem ao homem, esportista e diretor que nos deixou ontem, aos 52 anos, deixando sua esposa Amanda Sanzi (colunista de Artes da Dolce Morumbi®) e seus dois filhos, Pedro e Lucas.
O paulistano Maurício Sanzi começou a frequentar o São Paulo F.C. aos 5 anos, levado pelo pai apaixonado pelo clube. Aos 10, já arremessava suas primeiras bolas no basquetebol, iniciando uma história de amor com o esporte que atravessaria décadas. Defendeu as cores do clube nas categorias de base com dedicação e afinco, chegando à seleção paulista. Mesmo aos 47 anos, ainda fazia suas cestas com o time master.

Formado em Educação Física, Maurício dedicou sua vida ao basquete e ao São Paulo F.C. Começou como estagiário, passou por funções técnicas e de coordenação, até tornar-se Diretor de Basquetebol. Sob sua gestão, o clube conquistou títulos como o Campeonato Paulista Sub-12 e o Sul-Americano Sub-13 em 2019. No mesmo ano, recebeu o prêmio de melhor diretoria na formação de atletas de base. Foi Maurício quem transformou o basquete do SPFC em uma modalidade respeitada e temida, elevando seu prestígio dentro e fora das quadras.
Membro vitalício do Conselho Deliberativo, era casado com a artista visual Amanda Sanzi, com quem teve Pedro e Lucas — ambos atletas do São Paulo. Maurício transmitia aos filhos os mesmos valores que o moldaram: amor pelo esporte, dedicação ao clube e compromisso com a formação cidadã.

O clube, que frequentava desde menino, tornou-se sua segunda casa. Era respeitado por colegas e pares, mas o que mais o orgulhava era ver o impacto de seu trabalho com os jovens da base. Coordenava categorias do Sub-10 ao Sub-18, com cerca de 120 sócios e quase outra centena de atletas não-sócios, os chamados militantes, recrutados nas famosas peneiras. Maurício se emocionava ao ver a evolução desses garotos — não apenas como atletas, mas como cidadãos. Depoimentos de pais e mães relatando melhorias escolares e comportamentais o faziam compreender a profundidade de sua missão.
Sua atuação como conselheiro e diretor transcendeu o esporte. Maurício acreditava que o basquete era uma ferramenta de formação humana. Para ele, um atleta sem consciência cidadã era um talento desperdiçado. Desde criança, aprendeu valores e princípios que guiariam sua vida e que hoje são parte do legado que deixa aos filhos e a todos que tiveram o privilégio de conviver com ele.

Maurício Sanzi será lembrado como um homem que fez do esporte um caminho de transformação. Sua ausência deixa um vazio imenso, mas sua história permanece viva nas quadras, nos atletas que formou e no coração de todos que o admiraram.


				
											
								


































