Relatório da Apura, especializada em segurança virtual, identifica fraudes contra hospitais, autoridades de saúde e recrutamento de "mulas de dinheiro"
- em várias partes do mundo e no Brasil também.
Criminosos na internet estão se aproveitando da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para aplicar golpes e fraudes em corporações, órgãos públicos e em pessoas físicas. É o que constata um levantamento da Apura Cybersecurity Intelligence, empresa brasileira especializada em cibercrimes e que atende instituições das mais diversas atividades, do Brasil e outras partes do mundo.
Em relatório concluído nesta semana, a Apura verificou, por exemplo, a existência de 2.236 sites com a palavra “coronavírus” no domínio, sem o Certificado SSL (Secure Socket Layer). O SSL é uma espécie de protocolo que atesta aos visitantes se tratar de um ambiente seguro de navegação e compartilhamento de dados.
Uma das plataformas que detectam ameaças, desenvolvidas pela Apura, a Boitatá (a maior do gênero na América Latina), já acumula 63.463 eventos (ocorrências) que mencionam a palavra “coronavírus”.
“A alta repercussão mundial sobre o Covid-19 abriu espaço para pessoas mal intencionadas se aproveitaram tanto do caos como da constate procura por informações para disseminarem malwares e ransomwares”, adverte o fundador e CEO da Apura Cybersecurity Intellingence, Sandro Süffert.
Malwares, explica o especialista, são vírus e programas similares que se estabelecem nos computadores, de forma ilícita. Os ransomwares são um tipo de malware que inviabiliza o acesso ao sistema infectado, permitindo a sua liberação mediante apenas uma espécie de “resgate”. Especificamente relacionados à conjuntura de pandemia do coronavírus, a Apura constatou três grandes casos.
Alguns casos no mundo
Um deles teve como vítima a Johns Hopkins University, dos Estados Unidos. Uma mapa com a atualização dos casos do novo coronavírus pelo mundo idêntico ao do site da instituição era enviada por e-mail pelos cibercriminosos; na mensagem, o mapa exigia download, por meio do qual se escondia um malware, voltado ao roubo de senhas.
O segundo caso detectado pela Apura envolveu ransomwares fazendo de reféns sistemas de hospitais e instituições de saúde, tanto na Ásia como na América do Norte. O Distrito de Saúde Pública de Champaign-Urbana (também nos Estados Unidos) foi uma das vítimas de cibercriminosos, que conseguiam instalar o programa por meio de correios eletrônicos enviados à organização.
E há um terceiro grande caso, esse no Brasil, constatado pela Apura. Um vídeo adulterado, sobre a construção do hospital na China erguido para receber as vítimas de coronavírus, era enviado por e-mail, como phishing (isca) contendo um malware que, por acesso remoto, permitia aos criminosos acessarem o computador da vítima.
CASOS BRASILEIROS - Álcool Gel doado pela Ambev, Exames gratuitos e Netflix Grátis contra COVID-19 também são fraudes
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Relatório da Apura envolvendo fraudes é atualizado diariamente
Circula pelo whats app e outros grupos similares no Brasil mensagens envolvendo empresas como a Ambev e Netflix, por exemplo, onde a primeira distribui gratuitamente unidades de álcool gel para quem clicar no “Continue Lendo”, e onde a segunda oferece acesso gratuito aos primeiros cadastros, ambos mediante acesso em links fraudulentos. “É preciso tomar cuidado e nunca acessar este tipo de mensagem”, afirma Sandro.
Ainda, segundo o relatório da Apura, há outros casos de “phishing” tendo como temática o coronavírus, verificados no Brasil. Tratam-se de programas que se passam por sites de agendamento de exames, e outros que fornecem exames online, a partir de sintomas informados pelos pacientes. De acordo com a Apura, a fonte desses falsos sites e as motivações ainda estão em fase de investigação.
Por fim, o CEO da Apura, Sandro Süffert, acrescenta a ocorrência frequente dos recrutadores de “mulas de dinheiro”. São criminosos que, por e-mail, oferecem trabalhos para serem feitos para atender supostas instituições que atuariam auxiliando, de alguma forma, no combate à pandemia, ou assistindo adoentados.
Depois de encomendar tarefas como inspecionar farmácias – fazendo a vítima crer que se trata de uma instituição e trabalho sérios -, o recrutador falso solicita a realização de transações financeiras, após depósitos feitos na conta bancária da vítima. As transações solicitadas são, em verdade, procedimentos de lavagem de dinheiro.
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“Como muitas pessoas estão sendo demitidas, ou tendo a jornada reduzida, ou precisando trabalhar em casa para que se evitem aglomerações, os cibercriminosos identificam nesse público potenciais ‘mulas de dinheiro’ – pessoas que são ‘amarradas’ a esquemas de lavagem de dinheiro, sob o pretexto de oferta de emprego”, salienta o executivo da Apura.
Clique no botão abaixo para baixar o relatório completo.
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