O que é asana? Pela tradução é “postura”. Significa estar, ser, sentar, estabelecer-se em uma posição específica.
Dentro da prática física do yoga, executamos vários asanas. A mente deve estar alerta, e ao mesmo tempo, o corpo num estado de conforto; não no sentindo de ser “gostosinho”, mas com firmeza, de forma que é possível permanecer sem incomodo, sem dor, como algo gentil, moderado e virtuoso; nos concentramos no corpo, na mente e na respiração, sendo esta última o elo que integra o corpo com a mente.
Quando observamos um praticante fazendo as posturas, não enxergamos o que acontece no seu interno: como a respiração é sentida e como ela está coordenada com os movimentos, como a pessoa se sente em determinada postura, quais os insights que aparecem ao perceber o corpo em um formato diferente.
A respiração expressa o nosso estado emocional. Quando estamos ansiosos a respiração se torna acelerada. Se estamos com dor ela parece difícil. Se nos distraímos perdemos o controle da respiração. Quando nos sentimos tristes a respiração se torna curta, reprimida. Ao modificar a respiração temos inclusive a capacidade de alterar o nosso estado mental. Quando nos tornamos conscientes da nossa respiração e unificamos ela ao corpo, nos tornamos mais presente e em estado de yoga, dessa maneira temos condições de ir em busca de mudanças de hábitos, transformar nosso comportamento e condicionamentos.
Ao executarmos um asana, a mente deve seguir atentamente a união entre respiração e movimento, quando fazemos isso não estamos mais em modo automático e sim num processo consciente onde a velocidade dos movimentos estão em sincronia com a respiração e estamos completamente envolvidos em nossas ações, em estado meditativo, algo que pode ser alcançado em todas as atividades do nosso dia a dia.
Na expiração natural, as costelas recuam enquanto o diafragma sobe e o ventre se recolhe em direção da coluna. Ao fazer movimentos de flexão à frente, soltamos o ar e dessa forma, com o ventre vindo para dentro e na direção da coluna, temos mais espaço para alongar o tronco à frente. Ao contrário, quando fazemos um movimento de extensão da coluna, curvando-a para trás, na inspiração, as costelas se movem elevando o peito e o movimento se torna mais fácil e efetivo. Quando inspiramos expandimos, e quando expiramos, contraímos o corpo. Seguindo essa regra, saberemos como devemos ligar a respiração aos movimentos da nossa prática de asanas. Nas torções a combinação de inspiração e expiração no início do movimento vai fazer com que o espaço entre as vertebras promova a rotação da coluna com mais facilidade. O diafragma se eleva ao inspirar e o espaço entre as vertebras aumenta, permitindo a rotação soltando o ar.
A prática deve ser sem esforço e sem tensão onde a respiração também irá sinalizar a qualidade do nosso asana; se não podemos manter a constância e serenidade da respiração, é porque formos além dos nossos limites e então devemos parar, muitas vezes dar um passo para trás e as vezes precisamos de pausa entre uma postura e outra.
Yoga é uma prática individual de auto-observação, sem julgamentos, onde não se está criando algo para que os outros vejam. Quando praticamos os asanas, observamos o que fazemos e como fazemos. Sem integração de corpo, mente e respiração, mesmo que você seja muito flexível, não estará fazendo um asana. O praticante é observador e objeto de observação ao mesmo tempo. Se não estivermos atentos às nossas ações e a nossa prática, estaremos fazendo qualquer outra coisa, menos Yoga.
Boas práticas! Namastê.
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