Carnaval sem HIV

Para especialista, faz parte do empoderamento feminino exigir o uso do preservativo em todas as relações, de modo a reduzir a disseminação de vírus como HIV. Mas essa responsabilidade não é apenas delas

O carnaval está chegando e, mesmo com a maior parte dos municípios brasileiros proibindo as aglomerações e blocos de rua, o feriado ainda é considerado perigoso para a disseminação das IST´s – Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Essa é uma época em que as pessoas consomem mais álcool, sentem-se mais libertas e, então, variam os parceiros sexuais – muitas vezes se esquecendo que o preservativo, tanto o feminino quanto o masculino, podem protegê-las de doenças como sífilis, gonorreia, clamídia, HPV e HIV, que causa a AIDS e não tem cura.

Dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2021, pulicado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2021, mostraram que, no ano de 2020, foram notificados 32.701 casos de infecção pelo HIV, sendo 4.299 (13,2%) casos na região Norte, 8.190 (25,0%) no Nordeste, 11.270 (34,5%) no Sudeste, 5.732 (17,5%) no Sul e 3.210 (9,8%) no Centro-Oeste.

Ginecologista alerta que, mesmo sem os blocos de rua, Carnaval ainda é uma época de grande contaminação pelas IST´s. 52,9% dos infectados estão na faixa etária dos 20 aos 34 anos e, a cada 28 homens, dez mulheres são infectadas

A razão de sexos para o ano de 2020 foi de 2,8 (M:F), ou seja, 28 homens para cada dez mulheres. No período analisado, no que se refere às faixas etárias, observou-se que a maioria dos casos de infecção pelo HIV encontra-se na faixa de 20 a 34 anos, com percentual de 52,9% dos casos.

Com relação à escolaridade, no mesmo período, verificou-se um elevado percentual de casos com escolaridade ignorada (25,1%), o que dificulta uma melhor avaliação dessa variável nos casos de infecção pelo HIV. Quanto aos casos com escolaridade informada, a maior parte possuía ensino médio completo, representando 21,5% do total. Em seguida, observam-se 11,7% de casos com escolaridade entre a 5ª e a 8ª série incompleta.

“Analisando os dados, percebemos que os mais jovens ainda estão bem expostos ao vírus. O maior número de parceiros pode ser responsável por esse fenômeno, mas o hábito de não usar preservativo está diretamente ligado à contaminação”, alerta a ginecologista e obstetra Mariana Rosario, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, de São Paulo.

Para ela, é preciso haver mais campanhas de conscientização, que estão cada vez mais esparsas. Além disso, ela acredita que as mulheres devem se proteger, carregando consigo preservativos e exigindo o uso deles. “A mulher está cada dia mais empoderada e o uso do preservativo faz parte desse ato de empoderamento. Obviamente, não se trata de uma obrigação unilateral, mas proteger a saúde é um ato fundamental e ela deve dizer não ao parceiro que se recusa a respeitar seu direito ao uso do preservativo”, orienta a especialista.

Dra. Mariana Rosario acredita que seja importante instruir todas as jovens a criarem o hábito de ter preservativos no nécessaire, assim como se faz com a escova de dentes e o creme dental, por exemplo. “A mulher deseja sua liberdade sexual e isso é excelente. Então, precisa aprender, de uma vez por todas, que sua saúde merece ser preservada”, finaliza.

Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista

Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e especialista em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto. É membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

Possui vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo científico para produções acadêmicas.

Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

Colaboração de pauta:

Uapê Comunicação
Simone Valente
[email protected]
+55 11 97666 7022

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