O líder e a responsabilidade pela criatividade da equipe
Uma das soft skills mais requisitadas no mercado de trabalho é a liderança. Um líder que oferta um ambiente seguro às existências permite o estímulo a criatividade da equipe. O líder trabalha com o reconhecimento das existências como qualidades profissionais, reconhecendo as potencialidades das capacidades das pessoas da sua equipe.
Um líder precisa ser diverso, plural e amplo. Despido de preconceitos. Um líder reconhece as diferentes formas de conhecimento e aprendizado. Estimula a troca de diálogo para pontes entre as pessoas da sua equipe. Favorece o desempenho de capacidades.
Em uma coluna anterior, um dos eixos apresentados como conceito de pessoa era o indivíduo notável ou como personagem protagonista. Ora, não somos nós, protagonistas notáveis da nossa história? Parece clichê e até pode ser – mas é verdadeiro. Imaginemos, cada um, a nossa história – narrada por nós mesmos.
O ambiente que vivemos e todas as experiências que participamos ativamente ou como expectadores são o nosso cenário. Tenho certeza de que há características tão fortes do teu cenário que são quase indissociáveis de você. Esse ambiente que caracterizou teu cenário, também moldou bastante do que você interpreta do mundo e como se comporta. Você é um personagem notável na vida de várias pessoas que te cercam. Elas reconhecem – ainda que não verbalizem – o protagonismo que exerce na sua história. Pense ou escreva uma ou duas frases sobre: O que te torna um notável personagem-protagonista?
Depois que responder, pense: cada pessoa terá seus traços notáveis e muitos não serão físicos ou visíveis. Pois então, o outro também tem um cenário no qual exerce seu protagonismo com traços notáveis.
Na relação laboral, um líder atua como diretor: ele desenvolve um ambiente para que sua equipe atue com todos os protagonismos – notáveis e singulares. Um líder precisa reconhecer cada uma das pessoas da sua equipe.
É sobre isso: as experiências para aprendizado com diversidade e inclusão
O conhecimento não está somente nos livros e nos títulos (conhecidos como hard skills). O conhecimento é contínuo e está nas diversas percepções da humanidade. É árduo, diário, que se despe de valores e experiências próprias, dá alteridade. A alteridade está no exercício de observância do outro. Alteridade é reconhecer o que distingue o outro. As condições de existência e humanas, as identidades. É o que permeia a forma de agir, pensar e executar atividades das pessoas.
Pode ser lúdico, mas quais são as primeiras formas de aprendizagem de uma criança? Ela aprende com o que ela vê, escuta e/ou percebe. E em algum momento deixamos de aprender assim, mas para crescer em coletivo, é necessário estimular todas as formas de percepções. Somos empáticos quando desenvolvemos uma aptidão humana de compreensão de diversas, amplas e plurais formas de conhecimento, experiências e percepções sobre o mundo. O que isso quer dizer? Que você escuta, vê, percebe pessoas e como elas estão no mundo (trabalho, família…) – ou como o mundo está para elas não subjugando a existência delas.
Nada mais humano do que o que o ser humano aprende com a própria experiência e com a experiência do outro. É o conhecimento que se constrói em humanidade, a partir das diferenças e com total respeito ao outro.
Isso nos faz perceber que não há sujeitos menores ou não capazes. Não há experiências menos válidas. Não há possibilidade de comparação sem reconhecer as condições – físicas, intelectuais, sociais, econômicas, biológicas, de afeto… Compreender o outro, como processo de aprendizagem, requer o desenvolvimento da empatia, eixo fundamental para o desenvolvimento de habilidades comportamentais, como as soft skills.
É a empatia que aproxima de sujeitos com todas as complexidades, na sua maior potência. O líder percebe as relações empáticas como parte da produtividade criativa da equipe. Isso porque o conhecimento armazenado pelo reconhecimento de todas as formas de aprendizado, inclusive das experiências das relações sociais (como no trabalho), é uma das formas de exercitar a criatividade.
Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.
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