Um manual de sobrevivência para o mundo corporativo

Na perspectiva feminina - e pensando na Síndrome do Impostor -, as críticas são muito difíceis. Não estou querendo dizer que nós, mulheres, não sabemos lidar com vozes dissonantes, mas que a condição de duvidar, constantemente, do nosso talento profissional nos torna presas mais fáceis dessa armadilha do julgamento interior. Somos, sabemos, os nossos piores juízes; nossas mãos são infinitamente mais pesadas quando vamos julgar as próprias falhas

Imagem por Comstock em Canva Fotos

Por Lu Magalhães

Envolvida com a produção da versão brasileira do livro Manual de sobrevivência para o mundo corporativo – obra da portuguesa Joana Garoupa, especialista em gestão –, a equipe da Primavera Editorial, majoritariamente feminina, tem conversado muito sobre o conteúdo dessa obra, que, entre outros assuntos, fala sobre gestão de pessoas no ambiente corporativo. Embora essa seja uma transversal temática, o conteúdo vai muito além ao trazer questionamentos sobre as definições individuais de sucesso e como integrá-las no objetivo da corporação; as falhas como ferramenta de aprendizagem; definição de objetivos comuns e individuais; autenticidade (da empresa e do profissional); códigos sociais versus códigos corporativos; o peso da idade (diversidade e etarismo); home office, modelos híbridos e produtividade; composição de equipe (somos melhores quando estamos junto dos melhores); a força das mentorias; quem somos sem os nossos cargos; entre outros.

Dentre tantos tópicos interessantes, escolhi um para falar sobre este livro. No capítulo 10, o tema é “a importância de sermos nós” – que dialoga com assuntos como autoestima e a percepção que temos do próprio crescimento (algo de suma importância na construção da confiança necessária para nos mantermos ativos no mercado de trabalho). Embora o olhar lançado por Joana Garoupa não seja exclusivamente para o público feminino, peço licença para colocar uma moldura de leitura focada nas mulheres. A autora, inclusive, aponta que uma pessoa que não esteja confiante das suas capacidades e das suas competências, e que duvide de si própria, é mais propensa a lidar mal com as críticas, especialmente em início de carreira. Profissionalmente se sente julgada e atacada – não conseguindo encarar as críticas como algo que possa ajudá-la a crescer e fazer melhor.

Imagem por Filograph em Canva Fotos

Na perspectiva feminina – e pensando na Síndrome do Impostor –, as críticas são muito difíceis. Não estou querendo dizer que nós, mulheres, não sabemos lidar com vozes dissonantes, mas que a condição de duvidar, constantemente, do nosso talento profissional nos torna presas mais fáceis dessa armadilha do julgamento interior. Somos, sabemos, os nossos piores juízes; nossas mãos são infinitamente mais pesadas quando vamos julgar as próprias falhas.

Mas, não pensem que este livro só coloca o problema na sala. A obra defende o autoconhecimento como ferramenta para que possamos construir a autoconfiança necessária para lidar com o mundo corporativo. Joana cita, inclusive, o método Tipologia Myers-Briggs – desenvolvido em 1917 por Katharine Briggs e sua filha Isabel Myers, atualizado na década de 1980 –, criado com base nas ideias de Carl Jung sobre os tipos psicológicos. Ao identificar a qual perfil pertencemos, podemos dar início a uma jornada de autoconhecimento extremamente rica. Não caberia, nesse espaço, desenvolver cada um deles, mas vale recomendar a leitura do livro Manual de sobrevivência para o mundo corporativo.

Lu Magalhães
Foto por André Argolo

Lu Magalhães é presidente da Primavera Editorial, sócia do PublishNews e do #coisadelivreiro. Graduada em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui mestrado em Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da Pennsylvania, Estados Unidos). A executiva atua no mercado editorial nacional e internacional há mais de 20 anos.

A Primavera Editorial é uma editora que busca apresentar obras inteligentes, instigantes e acalentadoras para a mulher que busca emancipação social e poder sobre suas escolhas.

Colaboração da pauta:

Frida Luna Boutique de Comunicação

Betânia Lins | betania.lins@gmail.com

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