Você sabia que existe uma ferramenta chamada Disability Equality Index (DEI) que avalia a inclusão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho? Em 2021, 319 empresas participaram e a pontuação média foi de 87 em 100. Mas o DEI anunciou (2022) uma atualização para torná-lo ainda mais abrangente e inclusivo, incluindo uma nova categoria que aborda a acessibilidade digital. Além disso, existem prêmios nacionais como o Prêmio Melhores Empresas para Trabalhadores com Deficiência (MPT)
O Disability Equality Index (DEI) é uma ferramenta que avalia as práticas de inclusão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho. Essa avaliação é baseada em quatro áreas principais que as empresas devem seguir para serem consideradas inclusivas, quais sejam: cultura, acesso, talentos e comunidade.
A cultura da empresa deve apoiar a inclusão de pessoas com deficiência, com liderança que promova políticas inclusivas e conscientização. O acesso deve ser igualitário às oportunidades de trabalho e desenvolvimento, incluindo acessibilidade física e digital, bem como acomodações razoáveis para necessidades específicas.
A empresa deve recrutar, reter e promover pessoas com deficiência com base em suas habilidades e méritos, sem discriminação. Isso inclui a acessibilidade do processo de recrutamento e seleção, bem como a promoção da diversidade e inclusão.
Por fim, a empresa deve estar envolvida e apoiar a comunidade de pessoas com deficiência, engajando-se com organizações de defesa de direitos das pessoas com deficiência, patrocinando eventos comunitários e programas de voluntariado.
Como as empresas podem participar?
Para participar do Disability Equality Index (DEI), as empresas precisam atender aos requisitos mínimos em cada área e pontuar de acordo com seu desempenho em cada categoria. Infelizmente, até o momento, não há registros de empresas brasileiras que tenham participado do DEI. O DEI é um índice desenvolvido nos Estados Unidos e é mais utilizado por empresas com sede ou operações significativas nesse país. No entanto, muitas empresas globais que operam no Brasil participam do DEI para avaliar e melhorar suas práticas de inclusão de pessoas com deficiência.
Mas existem outras iniciativas e prêmios que reconhecem empresas brasileiras por suas práticas de inclusão de pessoas com deficiência, como o Prêmio Melhores Empresas para Trabalhadores com Deficiência, promovido pelo Ministério Público do Trabalho. As empresas interessadas em participar do prêmio devem se inscrever e fornecer informações detalhadas sobre suas práticas de inclusão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho. O objetivo do prêmio é incentivar e promover a inclusão e a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência. As empresas vencedoras recebem um troféu e um selo de reconhecimento que podem ser usados em sua comunicação e marketing.
O Prêmio Melhores Empresas para Trabalhadores com Deficiência (MPT)
O Prêmio Melhores Empresas para Trabalhadores com Deficiência reconhece as empresas que se destacam em incluir as pessoas com deficiência no ambiente de trabalho. O objetivo do prêmio é incentivar e promover a inclusão e a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência.
Para participar, as empresas interessadas devem se inscrever no site oficial do prêmio e fornecer informações detalhadas sobre suas práticas de inclusão de pessoas com deficiência. A inscrição é gratuita e está aberta a todas as empresas com operações no Brasil.
As empresas são avaliadas com base em critérios como o cumprimento das cotas de contratação de pessoas com deficiência, a acessibilidade física e digital do local de trabalho, as adaptações e acomodações oferecidas para as necessidades específicas das pessoas com deficiência, a inclusão de pessoas com deficiência em programas de desenvolvimento profissional e ações de conscientização e engajamento com a comunidade de pessoas com deficiência.
As empresas vencedoras recebem um troféu e um selo de reconhecimento, que podem ser usados em sua comunicação e marketing. Além disso, o prêmio ajuda a promover as práticas de inclusão de pessoas com deficiência das empresas vencedoras, incentivando outras empresas a adotarem essas práticas também.
O Prêmio é avaliado por uma comissão julgadora, composta por representantes do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, de entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência e de empresas parceiras.
As empresas vencedoras do último Prêmio, realizado em 2020, foram a Caixa Econômica Federal, a Enel Distribuição São Paulo, a CCR Metrô Bahia e a Mercedes-Benz do Brasil.
Como seria uma prática ESG anticapacitista que se aproxima da métrica internacional (DEI)?
A contratação de pessoas com deficiência pode trazer benefícios econômicos para as empresas, pois esses trabalhadores podem trazer habilidades únicas e perspectivas diferentes para a equipe. Além disso, as empresas que valorizam a diversidade e a inclusão podem ter uma reputação positiva perante a sociedade, o que pode ajudar a atrair e reter clientes e talentos.
Quando falamos de ESG para pessoas com deficiência, estamos falando sobre práticas que promovam a inclusão e acessibilidade dessas pessoas. Para isso, é importante que as empresas estejam atentas a alguns critérios, tais como:
- Ambiental: isso diz respeito a questões ambientais que afetam as pessoas com deficiência, como a existência de barreiras arquitetônicas que impedem o acesso a edifícios e espaços públicos, além da falta de transporte adequado.
- Social: neste caso, as empresas são avaliadas quanto à contratação e desenvolvimento profissional das pessoas com deficiência. As empresas que valorizam a diversidade e oferecem programas de inclusão e benefícios para as pessoas com deficiência são bem avaliadas neste critério.
- Governança: aqui, o foco é na governança corporativa e na transparência da empresa em relação à inclusão de pessoas com deficiência. As empresas que estabelecem políticas claras de inclusão e acessibilidade para as pessoas com deficiência e as comunicam de forma transparente são bem avaliadas neste critério.
A avaliação desses critérios é importante para que as empresas possam melhorar suas práticas de inclusão e acessibilidade para as pessoas com deficiência, o que contribui para a imagem corporativa e para uma sociedade mais justa e inclusiva.
Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.
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