Na visão ESG é essencial entender as diferenças entre função social da empresa, responsabilidade social e responsabilidade solidária. Vamos diferenciá-las de forma clara e objetiva, focando nas práticas de implementação relacionadas a pessoas com deficiência.
Ações integradas de função social, responsabilidade social e responsabilidade solidária
A visão ESG (Environmental, Social, and Governance) desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão de pessoas com deficiência nas empresas. Dentro desse contexto, três conceitos são relevantes: função social, responsabilidade social e responsabilidade solidária.
A função social da empresa, no âmbito da inclusão de pessoas com deficiência, implica em reconhecer que as empresas têm a responsabilidade de criar valor compartilhado e considerar o impacto social de suas atividades. Isso envolve promover a igualdade de oportunidades, acessibilidade e ações que garantam a inclusão de pessoas com deficiência em todas as áreas da empresa.
A responsabilidade social vai além das obrigações legais, incentivando as empresas a adotarem medidas concretas para promover a inclusão e a acessibilidade. Essa responsabilidade envolve a implementação de políticas e diretrizes que proíbam a discriminação com base na deficiência, bem como a criação de um ambiente inclusivo que valorize as habilidades e características individuais das pessoas com deficiência.
Já a responsabilidade solidária destaca a importância da colaboração entre diferentes atores sociais para promover a inclusão de pessoas com deficiência. Nesse sentido, as empresas são incentivadas a estabelecer parcerias com organizações especializadas, governos e outras empresas, compartilhando recursos, conhecimentos e experiências. Essa colaboração fortalece os esforços para superar as barreiras existentes e garantir a plena participação e inclusão de pessoas com deficiência.
A função social da empresa refere-se ao papel que ela desempenha na sociedade como um todo.
É a responsabilidade da empresa contribuir para o desenvolvimento sustentável, criando valor não apenas para seus acionistas, mas também para os stakeholders e a comunidade em geral. No contexto das pessoas com deficiência, a função social da empresa envolve garantir a inclusão e a igualdade de oportunidades, promovendo a diversidade e respeitando os direitos humanos. São exemplos de práticas de implementação:
- Estabelecer políticas e diretrizes claras para promover a inclusão de pessoas com deficiência em todas as áreas da empresa.
- Criar programas de recrutamento e seleção que valorizem as habilidades e competências das pessoas com deficiência, proporcionando oportunidades de emprego adequadas e igualitárias.
- Investir em treinamentos e capacitações específicas para sensibilizar os funcionários e gestores sobre a importância da inclusão e como trabalhar de forma efetiva com pessoas com deficiência.
O compromisso voluntário é responsabilidade social!
A responsabilidade social envolve o compromisso voluntário da empresa em contribuir para a melhoria da sociedade e do meio ambiente. É a atuação da empresa além das obrigações legais, buscando impactos positivos e sustentáveis. No contexto das pessoas com deficiência, a responsabilidade social é demonstrada ao promover ações que visem a igualdade de oportunidades, a acessibilidade e a inclusão. Nesse quesito, são exemplos de práticas de implementação:
- Promover ações de conscientização sobre a inclusão de pessoas com deficiência, seja por meio de campanhas internas, eventos ou parcerias com organizações especializadas.
- Investir em projetos e iniciativas que promovam a acessibilidade física e digital nos locais de trabalho, visando proporcionar um ambiente inclusivo para todos.
- Estabelecer parcerias com educadores, palestrantes, treinadores e instituições de apoio a pessoas com deficiência, apoiando programas de capacitação, empregabilidade e empoderamento.
Cooperação é a palavra-chave…
A responsabilidade solidária refere-se à cooperação e colaboração entre diferentes atores sociais para promover o bem-estar e o desenvolvimento sustentável. Trata-se de reconhecer que todos têm um papel a desempenhar na construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária. No contexto das pessoas com deficiência, a responsabilidade solidária é demonstrada ao compartilhar esforços e recursos para superar as barreiras existentes e garantir a plena participação e inclusão de todos. Para encerrar, são ainda mais três exemplos de práticas de implementação:
- Estabelecer parcerias com organizações da sociedade civil, governos e outras empresas para promover a inclusão e o desenvolvimento de pessoas com deficiência.
- Participar de redes e fóruns de discussão que abordem a temática da inclusão e trocar experiências e boas práticas com outros atores envolvidos.
- Incentivar a colaboração entre funcionários, fornecedores e clientes para promover a inclusão e a acessibilidade, compartilhando conhecimentos e recursos.
Essas práticas ajudam a garantir que as empresas cumpram sua função social, assumam sua responsabilidade social e contribuam solidariamente para a inclusão de pessoas com deficiência. Ao fazer isso, as empresas fortalecem a diversidade e a igualdade de oportunidades, criando um ambiente de trabalho inclusivo e sustentável.
E aí, que tal a sua empresa ser reconhecida por ser anticapacitista?
Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.
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