Onboarding ESG para as pessoas com deficiências ocultas

Diversidade Dolce

Caroline Vargas Barbosa

A estimativa da Associação Brasileira do Déficit de Atenção sugere que entre 5% e 8% da população mundial enfrenta o desafio do TDAH, um dos distúrbios mais prevalentes atualmente. Nesse cenário, a inclusão desses indivíduos no ambiente de trabalho pode ser um desafio, dadas as dificuldades de manter o foco e controlar impulsos

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Design Dolce sob imagem de Carolina Jaramillo em Canva

O processo de onboarding, também conhecido como integração de novos colaboradores, é um momento crucial para estabelecer uma base sólida para o sucesso e a produtividade de um novo membro da equipe em uma organização. Durante esse período, o objetivo é muito mais do que apenas fornecer informações básicas sobre a empresa e os procedimentos de trabalho; trata-se de criar um ambiente acolhedor e inclusivo, onde o novo colaborador se sinta valorizado, engajado e motivado desde o início de sua jornada.

Ao longo do processo de onboarding, é essencial que o novo colaborador seja introduzido não apenas às responsabilidades do cargo, mas também à cultura organizacional da empresa. Isso envolve transmitir não apenas o que é feito, mas também como as coisas são feitas na empresa, incluindo valores, normas, expectativas e padrões de comportamento. Esse entendimento cultural é fundamental para que o novo colaborador possa se integrar de forma eficaz à equipe e contribuir para o sucesso da organização.

Além disso, o processo de onboarding deve oferecer oportunidades para o novo colaborador desenvolver relacionamentos e redes dentro da empresa. Isso pode incluir a designação de um mentor ou colega de trabalho para fornecer orientação e suporte, bem como a participação em atividades sociais e profissionais que promovam a interação e a colaboração entre os membros da equipe. Estabelecer essas conexões desde o início pode ajudar o novo colaborador a se sentir parte da equipe e a se envolver mais rapidamente em seu novo ambiente de trabalho.

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Outro aspecto importante do onboarding é garantir que o novo colaborador receba o apoio necessário para desenvolver as habilidades e o conhecimento necessários para desempenhar com eficácia suas funções. Isso pode envolver a realização de treinamentos específicos, a atribuição de tarefas desafiadoras e significativas desde o início e o fornecimento de feedback construtivo sobre o desempenho. Ao investir no desenvolvimento do novo colaborador desde o início, a empresa demonstra seu compromisso com o crescimento e o sucesso de seus funcionários.

Além disso, é importante que o processo de onboarding seja flexível e adaptável às necessidades individuais do novo colaborador. Nem todos os colaboradores aprendem da mesma maneira ou têm as mesmas necessidades de apoio, portanto, é essencial que o processo seja personalizado e ajustado conforme necessário para atender às necessidades e preferências do indivíduo.

Onboarding anticapacitista para deficiências ocultas em 7 dicas:

Conscientização e sensibilização: durante o processo de onboarding, é fundamental fornecer treinamento e conscientização sobre a importância da inclusão das diversidades, incluindo pessoas com deficiências ocultas. Isso pode incluir sessões educativas sobre os desafios enfrentados por esses funcionários, estereótipos e preconceitos associados, bem como estratégias para promover um ambiente de trabalho inclusivo.

Avaliação de necessidades e acomodações: desde o início, a empresa deve realizar uma avaliação das necessidades específicas de cada funcionário com deficiência oculta e garantir que as acomodações apropriadas estejam em vigor. Isso pode envolver a adaptação do ambiente de trabalho, fornecimento de equipamentos ou tecnologias assistivas, ajustes de horários ou tarefas, entre outras medidas.

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Mentoria e apoio: a designação de um mentor ou colega de trabalho para oferecer suporte e orientação pode ser extremamente benéfica para os funcionários com deficiências ocultas durante o período de integração. Essa pessoa pode ajudar a facilitar a transição, esclarecer dúvidas e oferecer apoio emocional e profissional.

Políticas inclusivas e comunicação clara: é essencial que a empresa tenha políticas claras de inclusão e diversidade, que sejam comunicadas de forma transparente desde o início. Isso inclui políticas de não discriminação, procedimentos para solicitação de acomodações, canais de denúncia de discriminação ou assédio e outras diretrizes relevantes.

Programas de treinamento e desenvolvimento: oferecer oportunidades de treinamento e desenvolvimento específicas para funcionários com deficiências ocultas pode ajudá-los a desenvolver suas habilidades e avançar em suas carreiras. Isso pode incluir programas de capacitação sobre temas relacionados à sua área de atuação, bem como cursos ou workshops sobre temas específicos relacionados à deficiência.

Feedback e avaliação contínua: durante todo o processo de onboarding e além, é importante solicitar feedback regularmente aos funcionários com deficiências ocultas sobre sua experiência na empresa. Isso pode ajudar a identificar áreas de melhoria e garantir que suas necessidades sejam atendidas de forma eficaz.

Promoção de uma cultura inclusiva: por fim, a empresa deve promover ativamente uma cultura inclusiva e de apoio, onde todas as formas de diversidade são valorizadas e respeitadas. Isso pode incluir a organização de eventos e iniciativas que promovam a conscientização sobre questões de diversidade e inclusão, bem como a celebração das contribuições únicas de cada funcionário.

O onboarding é muito mais do que apenas uma formalidade administrativa; é um investimento estratégico no sucesso e na satisfação dos funcionários. Ao criar um processo de integração abrangente e orientado para as pessoas, as empresas podem maximizar o potencial de seus novos colaboradores e estabelecer uma base sólida para o crescimento e o desenvolvimento contínuo de sua equipe.

Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.

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