Entre as sombras de seu olhar cruel
Me perdi…
Cega, agi sob o véu da sua frágil proteção
Achando que era abrigo
Quando era prisão.
Disfarçado em um rosto de anjo
Você veio — suave, sedutor
Com palavras doces como veneno em flor.
Fez-me sorrir
E por um instante… esqueci.
Esqueci das noites geladas
Do vazio que grita
Do silêncio que corta
Da dor que habita.

Pintei em mim sua ausência como se fosse arte
Mas sua presença, mesmo longe, ainda arde.
Ligados
Não por amor
Mas por algo mais sombrio
Uma conexão fria
De espelho partido
De alma rasgada
De luz corrompida.
Porque no fundo
Eu também sei ser cruel
Sei ser má, sei ser gelo.

Talvez você tenha me moldado assim
Ou talvez apenas revelado o que já dormia em mim.
Eu jamais esquecerei você…
Não como lembrança doce
Mas como cicatriz.
E você…
Você nunca me apagará.
Porque no eco do que fomos
Sou a voz que ainda resiste
Sou a sombra que persiste
Sou o fim que você insiste em reviver.
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