Não é amor
Não é paixão
É volúpia na carne viva
É fome que lambe as entranhas com língua de brasa
Cobiça molhada e impiedosa.
É o desejo cru, o gozo antes do toque
Um arrepio que dilacera o peito e se instala entre as coxas
É o espasmo que vem sem aviso
O grito engolido no escuro
A alma expulsa do corpo num êxtase indecente.

Luxúria que entorpece
Delírio que distorce o tempo
Realidade suspensa no fio da pele.
Cada desejo, uma labareda que lambe por dentro
Cada toque, uma ameaça de queda
O precipício do prazer
É a dança dos corpos em combustão
A prece suja que escapa entre gemidos
As costas arqueadas em adoração pagã.
É febre
É vertigem
É cavalgar o outro como se invocasse os deuses
Trovões de adrenalina rugem nas veias
Enquanto o suor desenha trilhas sagradas sobre a pele em chamas.

Não é um convite
É um feitiço
Uma chamada noturna para quem ousa.
Venha
Despe-se da razão
Prova do abismo onde o prazer geme em voz baixa
E queima mais doce do que qualquer paraíso.
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