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Maternidade sem culpa: o desafio de equilibrar a carreira e filhos em um país que ainda espera tudo das mulheres

Design Dolce sob imagem por RDNE Stock project em Pexels

Conciliar carreira e maternidade é, muitas vezes, um exercício diário de equilíbrio, superação e reinvenção

Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do Portal. Sua publicação é no sentido de informar e, quando o caso, estimular o debate de questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

Por Talita Yone

Conciliar carreira e maternidade é, muitas vezes, um exercício diário de equilíbrio, superação e reinvenção. A chegada de um filho muda tudo: rotina, prioridades, perspectivas profissionais. Mas, principalmente, o olhar sobre si mesma. A gravidez, mesmo quando planejada e desejada, vem acompanhada de um turbilhão de emoções e de cobranças internas e externas que precisam ser enfrentadas com apoio e compreensão.

Vivenciar essa fase em um ambiente de trabalho respeitoso e acolhedor é um fator decisivo. Durante a gestação, é comum que surjam dúvidas, inseguranças e medos sobre o desempenho profissional, sobre a reação da liderança e sobre a estabilidade no emprego. Ter segurança para comunicar a gravidez e seguir com o trabalho até o final do período sem sentir culpa ou receio é um privilégio que ainda não é realidade para muitas brasileiras.

Segundo uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), cerca de 48% das mulheres perdem o emprego até 12 meses após o término da dispensa de trabalho. Esse dado revela uma realidade preocupante e reforça a importância de políticas de apoio à maternidade no ambiente corporativo. Ainda, de acordo com o estudo “Desafios e Tendências do RH para 2025“, realizada pela Think Work em parceria com o iFood Benefícios, mostra que 49% dos profissionais de RH identificam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional como uma das principais prioridades para 2025. Além disso, 43% das empresas afirmam estar criando políticas para apoiar momentos de vida dos colaboradores, como a parentalidade. Isso indica uma transformação positiva, mas ainda insuficiente.

Design Dolce sob imagem por Kindel Media em Pexels

Agora, em plena licença, estou vivendo uma experiência profunda e transformadora. É um período de vínculo intenso com meu filho, repleto de descobertas, aprendizados e também vulnerabilidades. O primeiro mês foi desafiador. Lidar com a falta de sono, as inseguranças e as exigências da maternidade fez com que eu me sentisse em alguns momentos desestabilizada. No entanto, esse período também foi de grande aprendizado. O vínculo com o meu filho, a construção de uma relação única e profunda, trouxe uma nova perspectiva sobre minha própria vida e minhas prioridades.

A maternidade transforma. Ela desenvolve habilidades como foco, organização, planejamento e resiliência emocional. Com a rotina intensa de cuidar de um bebê, aprender a ser mais eficiente com o tempo e lidar com imprevistos torna-se parte do dia a dia. Esses aprendizados, longe de limitarem a carreira, podem ser verdadeiros impulsionadores de crescimento.

Mesmo assim, a culpa ainda ronda muitas mães. Culpa por não estar com o filho o tempo todo. Culpa por não render no trabalho como antes. Culpa por tentar conciliar tudo. Segundo o relatório “Women in the Workplace 2024“, da McKinsey & Company em parceria com a LeanIn.Org, a taxa de desistência de mulheres em cargos de liderança ainda é significativamente maior após a maternidade, o que reforça a necessidade de ações corporativas mais consistentes para retenção de talentos femininos.

Design Dolce sob imagem por Kampus Production em Pexels

É preciso que as empresas compreendam que apoiar esse momento não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas uma estratégia inteligente de negócios. Mulheres que se sentem respeitadas e apoiadas voltam ao trabalho mais motivadas, engajadas e com um propósito ainda mais claro. A chave para o sucesso está em respeitar o tempo, estabelecer prioridades e, acima de tudo, buscar um ambiente que compreenda a importância desse momento.

Para isso, é essencial que haja redes de apoio internas e externas, políticas flexíveis e, principalmente, respeito ao tempo e ao espaço que essa nova fase exige. Estabelecer limites claros, priorizar o que realmente importa e aceitar ajuda são atitudes que ajudam a atravessar esse período de forma mais saudável e leve. Maternidade e carreira não precisam ser caminhos opostos. Com o apoio certo, é possível viver ambos de forma plena e sem culpa. Afinal, ser mãe também é ser profissional, e o mercado precisa enxergar isso com mais naturalidade, respeito e estrutura. Aproveite esse tempo, respeite seu corpo e seus limites e não tenha medo de pedir ajuda. Você pode ser uma mãe incrível e uma profissional de sucesso, basta encontrar o equilíbrio que funciona para você.

Talita Yone é Gerente de Operações na Actionline

Colaboração da pauta:

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Imagem por Marcos Kulenkampff em Canva Fotos

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