As pessoas se vão…
Como folhas que o vento leva sem pedir permissão
Ninguém é para sempre — e mesmo assim, vivemos
Como se a eternidade morasse no agora
Como se o tempo fosse generoso demais para nos avisar.
Não há hora marcada para a despedida
Não existe um aviso sutil para o último “eu te amo”
Nem uma placa dizendo: este é o último abraço
Apenas ficamos — vazios
Com a lembrança morna do toque que nunca mais sentiremos
Com o eco da ausência dançando dentro do peito.

Vou ouvir seus áudios mil vezes
Como quem escuta o mar em uma concha esquecida
Quero guardar sua risada como relíquia sagrada
Ouvir sua voz chamando meu nome — só mais uma vez
E acreditar, por um instante
Que você ainda está aqui.
Quero guardar só o que é belo
O brilho do seu olhar
A forma como sua alma tocava a minha
Sem nem precisar de palavras
Quero lembrar, sempre
Que foi real
Que nossa amizade foi um presente do universo
Com laços costurados por algo maior.

Obrigada por ter existido na minha vida.
Por ter deixado rastros de luz onde hoje mora o silêncio.
Nos encontraremos um dia
Num lugar onde o tempo não apaga
Onde a morte não separa
E onde a saudade, enfim
Se transforma em reencontro.
Em memória de Adriana Menezes

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