Há um lugar onde o tempo não é medido em minutos, ele, na verdade, não existe. Onde o Wi-Fi é fraco mas a conexão é forte. É para lá que eu levo meus filhos quando a vida sufoca entre quatro paredes e as telas que piscam exigências para darmos um tempo. Alguns chamam de “banho de floresta”, mas para mim e meus filhos é apenas voltar para casa.
No início eles reclamam. Não querem largar as telas e o conforto do sofá. O chão é irregular, às vezes, incômodo, não há sinal de Wi-Fi, e o questionamento sempre vinha: “o que tem para fazer aqui, mãe?” Mas então algo acontece. Um pássaro canta e eles se atentam para ver de onde vem. Uma folha gira no vento e seus olhos seguem o movimento. Um inseto minúsculo cruza nosso caminho e viramos três curiosos estudiosos da vida. Não há mais pressa. Não há mais lista de tarefas. Há apenas o agora compartilhado.
Peço que sintam o cheira da terra e o cheiro do verde vindos com a brisa, batendo no rosto. Sons dos mais diversos que ecoam ao nosso redor, pássaros, vento, animais que não vemos, mas que estão ali mostrando que fazem parte do nosso ciclo. É quando percebo que estamos usando todos os nossos sentidos num simples passeio entre as árvores. Aos poucos meus filhos vão entendendo a importância de estarem ali, de se reconectarem com nossa essência, de se reenergizarem através da natureza.

Nossos passos se sincronizam naturalmente, como se a terra soubesse exatamente como calibrar nossos corpos. A Sara, de repente, decide abraçar uma árvore como se ela retornasse o abraço. O Rafael se senta e fecha os olhos como se escutasse um segredo; e sim, eles estão sentindo a vida pulsando naquele lugar. E eu, finalmente, respiro e, entre galhos e folhas, alguns raios de sol aquecem meu rosto e me dizem: você está viva!
Esta não é uma prática complexa. É simplesmente estar. Permitir que a natureza faça o que sempre fez: acalmar nervos, sintonizar almas. Não precisamos falar. A floresta fala por nós, com sua linguagem de sombras, luzes e cheiros que despertam memórias.
Voltamos para casa com os sapatos sujos e a alma lavada. Eles não falam muito, mas suas mãos estão mais leves. Na manhã seguinte, meu adolescente me surpreende: “dormi melhor”; enquanto a Sara desenha uma árvore como sua melhor amiga.

A natureza não exige nada, apenas que estejamos presentes. E nesse processo, nos tornamos mais nós mesmos. Mais juntos. Mais inteiros.
Esta é a terapia mais antiga do mundo. Só é preciso estar lá e deixar acontecer. Como digo aos meus filhos: às vezes, a melhor conexão é com a terra sob nossos pés.
E você? Tem esse costume de se conectar com a natureza? Experimente fazer isso, e melhor ainda, faça na companhia de seus filhos. Isso vai acalmá-los e torná-los pessoas mais concentradas e de bem com a vida! Ah! E se não for possível uma “floresta”, vale também um parque, uma praça, uma chácara ou até mesmo a área comum do seu condomínio!