Olá, querido leitor, querida leitora da Dolce Morumbi!
Hoje convido vocês para viajarmos até “A Bota” e voltamos nosso olhar para a “Citta Meneghina” (Cidade Meneghina).
A cidade de Milão, tradicional berço da moda italiana, abriu oficialmente a temporada com sua sempre aguardada Settimana della Moda — a Semana de Moda de Milão. Desde o dia 23 de setembro, os olhares mais atentos do mundo fashion se voltam para a capital do design, onde as principais grifes estão mostrando o que será tendência nos próximos meses.
Mas não pense que é só mais uma sequência de desfiles: a edição deste ano está repleta de estreias importantes, homenagens históricas e, claro, muitas apostas de estilo que já começam a invadir as ruas e vitrines mundo afora.
Estreias que marcaram o primeiro dia
A grande expectativa da semana era a estreia de Demna como diretor criativo da Gucci. Conhecido por seu trabalho na Balenciaga, o estilista georgiano trouxe para a Gucci uma proposta ousada e cinematográfica. A apresentação da coleção não foi um desfile tradicional, mas sim um filme-evento com direito a tapete vermelho e presença de celebridades. Batizada de “La Famiglia”, a coleção tem um forte apelo emocional, com peças que misturam o urbano com o clássico italiano e uma dose generosa de storytelling visual. Tudo indica que Demna quer transformar a Gucci em mais do que uma marca: uma experiência.
Outra estreia comentada foi a de Simone Bellotti, que assumiu o comando criativo da Jil Sander. Ele manteve o espírito minimalista da grife, mas trouxe suavidade e fluidez aos cortes precisos, apostando em tecidos leves, transparências sutis e uma elegância quase silenciosa. A coleção propõe um olhar mais calmo, porém sofisticado, para a mulher moderna — o tipo de proposta que fala diretamente com o consumidor brasileiro, especialmente no verão.

Tendências que já podemos confirmar
A moda apresentada até agora em Milão está longe de ser óbvia. Mesmo em coleções com espírito comercial, o que se viu foram leituras criativas e contrastes marcantes. Se você quer antecipar o que vai bombar em 2026, anote:
Estampas florais e geométricas: a Fendi trouxe uma mistura inusitada — e belíssima — de flores com padrões gráficos. Cores vibrantes como azul turquesa, vermelho queimado e lilás pastel dominaram a passarela. Um contraste bem-vindo para quem está cansado de tons neutros.
Tons terrosos e caramelo: o bege ganhou profundidade e virou marrom, terracota e dourado queimado. Essas cores apareceram tanto em tecidos leves quanto em peças estruturadas, sugerindo uma transição perfeita do inverno para o verão — e caem como uma luva para o clima brasileiro.
Sensualidade com elegância: transparência voltou com tudo, mas agora com mais sutileza. Corsets, lingeries à mostra e tecidos leves criam uma sensualidade nada óbvia — ideal para quem gosta de ousar, mas sem exageros.
O novo minimalismo: a proposta de menos é mais nunca sai de moda, mas este ano ela ganhou atualização. Além dos cortes retos e peças monocromáticas, há uma aposta no conforto com estilo. Alfaiataria desconstruída, tecidos naturais e modelagens amplas são o novo luxo silencioso.
Sustentabilidade e novos talentos: as grandes maisons continuam em destaque, mas os holofotes também estão voltados para iniciativas verdes e estilistas emergentes. A moda começa a se mostrar mais preocupada com o impacto social e ambiental — e isso vai além do discurso.

O legado também desfila
Além das estreias, a Semana de Moda de Milão 2025 também é um momento de celebração. A grife Giorgio Armani, um dos maiores ícones da moda italiana, celebra seus 50 anos de carreira com uma mostra especial e um desfile que promete emocionar. A última coleção do estilista que nos deixou no início do mês. É o reconhecimento de uma trajetória que moldou não só o estilo europeu, mas também influenciou gerações no Brasil e no mundo.
Outro destaque é a homenagem ao fotógrafo Giovanni Gastel, com uma exposição em Milão que resgata editoriais icônicos, muitos deles responsáveis por eternizar o glamour da moda italiana.
E o que isso tem a ver com a gente?
Pode parecer distante, mas o que se vê nas passarelas de Milão costuma inspirar o que aparece, meses depois, nas lojas brasileiras — com adaptações, claro. As paletas, silhuetas e conceitos exibidos por lá costumam guiar vitrines de grandes marcas por aqui, além de influenciar designers locais, editoriais de moda e o estilo do consumidor mais antenado.
Portanto, se você gosta de estar um passo à frente, preste atenção: 2026 será marcado por um jogo entre o clássico e o contemporâneo, pelo equilíbrio entre extravagância e discrição, e por uma moda que começa a olhar para o futuro com mais responsabilidade — sem perder a beleza no caminho.

Fique de olho
As apresentações continuam até o dia 29/09. Marcas como Prada, Versace, Dolce & Gabbana e Bottega Veneta ainda vão desfilar.
As redes sociais da Camera Nazionale della Moda Italiana (@cameramoda) fazem a cobertura ao vivo de muitos desfiles e bastidores.
Marcas emergentes estão aproveitando a semana para lançar coleções digitais — vale buscar os “digital showrooms” no site oficial.
Querido leitor, querida leitora, muito obrigada pela sua companhia.
Espero que tenham apreciado a matéria e até a próxima!
Arrivederci!