Respostas disruptivas com as práticas de diversidade e inclusão
Em 2019, a Organização Internacional do Trabalho, destacou que empresas inclusivas relatam um aumento de 54% na criatividade, inovação e transparência. O líder criativo tem empatia e leveza na gestão pois com bom domínio de escuta ativa considera o lado humano da equipe e de maneira disruptiva e inovadora entrega resultados.
Liderança criativa tem como escopo líderes humanos, empáticos e atentos às questões sociais. A habilidade de conhecer as pessoas que estão no ambiente laboral transforma a segurança entre os pares, mas também assevera a confiança no líder criativo quando reconhece falas, narrativas e experiências. Dá alteridade aos posicionamentos e ideias. Oferece e assegura a liberdade de ser no meio laboral. Não ficam restritos às equipes, mas em todo o ambiente corporativo. O líder criativo considera o contexto da organização, incluindo as pessoas que compõem suas identidades e o ambiente laboral em que se relacionam. Isso oferece uma visão holística e sistemática trazendo soluções que trabalham compaixão e empatia. O desenvolvimento de práticas e capacitação favorecerão líderes criativos, que conduzem a equipe, cultivam coragem e, portanto, estimulam a criatividade.
No mercado, a liderança criativa é uma das qualidades mais buscada por grandes corporações. Isso porque compreende-se que o líder criativo é capaz de se adaptar, desenvolver e perseverar em meio às revoluções digitais e tecnológicas. Quem não reaprender a forma de liderar, atendendo as multiplicidades, não encontrará guarida no mercado de trabalho contemporâneo.
As características da liderança criativa
Líderes criativos inspiram e estimulam a criatividade, a resolução de problemas e a inovação. A liderança criativa percebe e relaciona-se com processos de pensamento diversos e disruptivos. Líderes estimulam a criatividade, identificando as capacidades e habilidades e concentrando a alta capacidade da equipe numa transformação criativa por meio do direcionamento da liderança.
A primeira característica é o conhecimento técnico e das relações interpessoais. Ele precisa anteceder, planejar e gerenciar crises apresentando soluções criativas. A segunda, refere-se à inteligência emocional, pois com o controle das emoções, líderes promovem a estabilidade do ambiente laboral e propiciam a criatividade.
Por fim, as características de receptividade e de tolerância para as ambiguidades e diferenças. Líderes com tais aptidões demonstram-se abertos às experiências e por isso são mais capazes de se adaptar, serem flexíveis e promoverem a resiliência. Tais aspectos tornam os problemas da equipe e da execução das atividades do trabalho mais fáceis de serem gerenciados, com criatividade e alteridade entre os trabalhadores.
O líder precisa perceber as criatividades – diversas!
Segundo, Dietrich, a neurociência comprovou alguns tipos de criatividade. As criatividades vinculadas com emoções são mais exploradas no próprio autoconhecimento do indivíduo. Na esfera laboral, destacam-se as criatividades cognitivas. Isso porque as empresas podem (e devem!) estimular a criatividade de seus trabalhadores, em uma importante sincronia entre: liberdade e ambientes enriquecedores; e desenvolvimento de capacidades e visão/missão da empresa.
O líder com boa formação em soft skills, especialmente, na percepção plural da criatividade, articula todos os eixos. Dessa maneira, os trabalhadores poderão encontrar caminhos diversos, desempenhando respostas criativas em que se destacam as pessoas que as formulam: suas identidades e personalidades. Um ambiente seguro em que haja reconhecimento das aptidões e amplitude visionária das capacidades estimula a equipe a um processo de aprendizado-criatividade, contínuo e progressivo.
Vejamos os tipos de criatividade que poderão ser estimulados no ambiente laboral, principalmente, com a gestão de um bom líder com aptidão em soft skills.
A criatividade deliberada e cognitiva, por exemplo, ocorre quando um sujeito reúne e sistematiza seus conhecimentos para solucionar uma demanda, gerando uma ideia. Esse processo requer um alto conhecimento em diversidades e alternativas além da capacidade de testar as possibilidades. Ou seja, requer tempo e preparo. Um líder percebe as demandas em que seria necessário estimular esse tipo de criatividade em equipe. Divide competências conforme os destaques das personalidades e perfil de execução de atividade. Há alteridade e trocas contínuas de informação entre todos da equipe e na gestão do líder para um caminho hábil e seguro com estímulo de novas ideias.
Outro tipo de criatividade é a espontânea e cognitiva, que é aquela que percebe na realidade do ambiente laboral e em momentos de descanso ou atividades diversas. Ou seja, aquela criatividade em que a pausa é um importante gatilho criativo, pois percebe-se o mundo à volta. Um líder estimula gatilhos criativos assim como percebe gatilhos de limitação de seus funcionários. Um funcionário que tem sensibilidade auditiva prefere trabalhar com música clássica para não escutar os barulhos normais que ocorrem no trabalho? Deixe-o. O contrário poderá ser um gatilho de limitação. Esse trabalhador tem uma identidade que caracteriza a sua personalidade ao: reagir ao ambiente laboral, executar suas atividades e os seus resultados.
Um líder criativo pode deixar o ambiente laboral sempre incentivador, alternando práticas como: mudar a rotina ou ambiente, mudar o foco para algo diferente em um espaço adequado de tempo, pausas, brainstorming, incentivar espontaneidades…
Quando percebidos em equipe como uma forma de conhecimento do outro, com alteridade e respeito, traz um resultado ainda mais significativo: a liberdade e a autonomia desse trabalhador poderão ser gatilhos criativos em equipe. Se um líder não percebe e gerencia todas essas possibilidades, no dia a dia, em aprendizado contínuo – ele não ofertará um diferencial a médio e longo prazo para a empresa.
Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.
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