Doenças raras: desafios e conquistas no mês da conscientização

Diversidade Dolce

Caroline Vargas Barbosa

No Brasil, mais de 13 milhões de indivíduos convivem com condições raras, enfrentando não apenas desafios de saúde, mas também questões relacionadas à empregabilidade, à qualidade de vida e à inclusão social

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Todo ano, o último dia de fevereiro marca o Dia Mundial das Doenças Raras, uma data crucial para conscientizar e mobilizar a sociedade sobre as complexidades enfrentadas por milhões de pessoas ao redor do mundo.

O que são doenças raras?

Doenças raras são aquelas que afetam até 65 indivíduos em cada grupo de 100 mil pessoas. Com mais de 7 mil tipos identificados globalmente, essas condições apresentam uma variedade impressionante de sinais e sintomas, tornando muitas vezes o diagnóstico um verdadeiro desafio. Além disso, as doenças raras são frequentemente crônicas, progressivas e incapacitantes, e em 95% dos casos, não há cura.

No dia 28 de fevereiro, o mundo se une para celebrar o Dia Mundial das Doenças Raras, uma ocasião importante para aumentar a conscientização e promover ações que possam melhorar a qualidade de vida das milhões de pessoas afetadas por essas condições ao redor do globo.

Impacto na saúde e na empregabilidade

O diagnóstico precoce é fundamental para garantir o acesso a tratamentos eficazes e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, muitas vezes, o caminho até o diagnóstico correto é longo e cheio de obstáculos. Essa demora não apenas afeta a saúde física e emocional dos pacientes, mas também pode ter um impacto significativo em sua capacidade de manter o emprego e participar plenamente da sociedade.

Dados revelam que mais de 70% dos pacientes com doenças raras enfrentam dificuldades para realizar atividades diárias, enquanto aproximadamente 70% dos pacientes e cuidadores precisam reduzir ou interromper suas atividades profissionais devido à doença. Esses números destacam a urgência de medidas que possam ajudar a melhorar o acesso ao tratamento e apoiar a inclusão social desses pacientes.

No Brasil, o governo tem implementado políticas para enfrentar esses desafios. A Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, estabelecida pelo Ministério da Saúde, busca garantir tratamento e acompanhamento adequados para esses pacientes.

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Inclusão é uma constante

Apesar dos desafios enfrentados pelas pessoas com doenças raras, é importante lembrar que a esperança nunca deve ser perdida. À medida que nos unimos como comunidade global, podemos fazer a diferença na vida desses pacientes, oferecendo apoio, compreensão e solidariedade. Ao trabalharmos juntos para aumentar a conscientização, promover a pesquisa e melhorar o acesso ao tratamento, estamos construindo um futuro mais brilhante e inclusivo para todos, independentemente das condições de saúde que enfrentem.

É um processo contínuo e dinâmico de garantir que todas as pessoas, independentemente de suas diferenças ou características individuais, tenham igualdade de oportunidades, acesso e participação em todos os aspectos da vida em sociedade. Isso inclui áreas como educação, emprego, saúde, lazer, cultura e participação cívica.

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Confira algumas dicas de inclusão de trabalhadores-pacientes de doenças raras:

Flexibilidade no local de trabalho: ofereça opções flexíveis de horário de trabalho, como horários ajustados, trabalho remoto ou jornadas parciais, para acomodar as necessidades dos funcionários que enfrentam doenças raras. Isso pode ajudá-los a equilibrar as demandas do trabalho com os cuidados médicos necessários.

Acessibilidade no ambiente de trabalho: garanta que o local de trabalho seja acessível para funcionários com necessidades específicas, como instalações físicas adaptadas, tecnologia assistiva e políticas inclusivas que promovam a participação de todos os funcionários.

Comunicação aberta e apoio: mantenha linhas de comunicação abertas e transparentes com os funcionários que enfrentam doenças raras. Esteja disposto a ouvir suas preocupações, oferecer apoio emocional e buscar soluções que atendam às suas necessidades individuais.

Educação e sensibilização: promova a conscientização sobre doenças raras entre os funcionários, fornecendo materiais educativos e oportunidades de treinamento sobre o tema. Isso ajuda a criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e solidário, onde todos se sintam valorizados e respeitados.

Promoção da saúde e bem-estar: implemente programas de promoção da saúde e bem-estar no local de trabalho, como atividades de exercícios físicos, palestras sobre alimentação saudável, sessões de relaxamento e apoio psicossocial. Isso pode beneficiar todos os funcionários, incluindo aqueles que enfrentam condições de saúde crônicas.

Neste mês Mundial das Doenças Raras, vamos renovar nosso compromisso de apoio e solidariedade aos milhões de pessoas em todo o mundo que vivem com essas condições. Juntos, podemos fazer a diferença e criar um mundo onde todos tenham a oportunidade de viver uma vida plena e significativa, independentemente dos desafios que enfrentam.

Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.

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