Por Giovanna Gregori Pinto
Celebrado em 19 de novembro, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino é mais do que uma data simbólica: é um convite à reflexão sobre o papel das mulheres na transformação do mercado de trabalho e na criação de novas formas de liderar. No Brasil, o avanço é evidente. Segundo dados do Sebrae, houve um aumento no número de mulheres donas de negócios, atingindo um recorde histórico de 10,35 milhões. O dado reforça a força feminina na economia e o protagonismo de empreendedoras que estão ocupando espaços predominantemente masculinos.
Esse crescimento, no entanto, não é apenas quantitativo, ele também reflete uma mudança cultural. Um estudo da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, mostra que o empreendedorismo feminino representa 54,6% dos 47,7 milhões de brasileiros que possuem intenção de empreender no país até 2026. O número indica que mais da metade das pessoas que desejam abrir um negócio nos próximos anos são mulheres, o que sinaliza uma transformação no perfil de quem empreende e nos valores que orientam essa jornada.

Apesar do avanço, as desigualdades estruturais ainda impõem desafios significativos. Pesquisas realizadas pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) mostram que, além da falta de oportunidades, muitas mulheres enfrentam dificuldades para precificar seus produtos e serviços, frequentemente cobrando valores abaixo do que realmente deveriam. Essa dificuldade está relacionada tanto à falta de conhecimento técnico sobre precificação quanto aos impactos da desigualdade de gênero e racial, que afetam a autoconfiança e a percepção de valor das empreendedoras.
Os obstáculos emocionais também têm ganhado destaque nas pesquisas. Segundo levantamento do Grupo X, 39,7% das empreendedoras afirmam que o medo de falhar é o maior desafio atual, além dos desafios mais “comuns”, como a dupla jornada (25,9%), a burocracia (17,2%) e a dificuldade de acesso ao crédito (17,2%). Esse dado revela uma nova fase do empreendedorismo no país: ainda que mais mulheres estejam empreendendo, a autossabotagem e a insegurança permanecem como barreiras importantes para a expansão e consolidação de negócios liderados por elas.

Os números mostram que o empreendedorismo feminino no Brasil segue em crescimento, mas ainda carece de políticas e iniciativas que fortaleçam a confiança e a capacitação das mulheres. Investir em educação empreendedora, em redes de apoio e em condições mais igualitárias é essencial para que esse movimento continue a se expandir. Mais do que impulsionar a economia, as mulheres empreendedoras estão ajudando a redefinir o conceito de liderança, tornando o mercado de trabalho mais diverso, humano e sustentável.

Graduada em psicologia pela PUC-Campinas, com MBA em gerenciamento de projetos pela FGV, Giovanna Gregori Pinto é fundadora da People Leap e referência em estruturar áreas de RH em startups de tecnologia em crescimento. Com duas décadas de experiência em empresas de cultura acelerada, construiu uma trajetória sólida em gigantes como iFood e AB InBev (Ambev). No iFood, como Head de People – Tech, liderou a expansão do time de tecnologia de 150 para 1.000 pessoas em menos de quatro anos, acompanhando o salto de 10 para 50 milhões de pedidos mensais. Já na AB InBev, como Diretora Global de RH, triplicou o time antes do prazo, elevou o NPS de People em 670%, aumentou o engajamento em 21% e reduziu o turnover de tecnologia ao menor nível da história da companhia.
A People Leap é a primeira startup focada em descomplicar os processos de RH em startups de tecnologia em crescimento com potencial de escala. Atua como parceira estratégica de fundadores de startups e times de RH oferecendo uma abordagem prática e adaptada à realidade das startups, evitando burocracias e soluções engessadas que não funcionam para empresas em constante transformação.



































