Prévia de uma crônica natalina

Dolce Contos do Chef

Chef Eduardo de Castro

Em meus tempos de infância, onde através da televisão víamos o Papai Noel brasileiro de shorts, caindo na água com suas barbas brancas e rodeado de banhistas

Imagem por Baona em Canva Fotos

Devo confessar que a primeira vez que cheguei ao Brasil, achei essa história do Natal com sunga, caipirinha e praia um pouco estranha.

É que nasci em Alfandega da Fé, na montanha fria da Serra de Bornes, onde o Natal está associado a gelo, neve, lareira, comidas quentes e muito vinho. Nos anos em que passei na França e na Suíça, a coisa piorou com temperatura bem mais negativas onde as ruas desertas nestes dias de festas são o sinônimo de casas quentes, famílias a volta de uma mesa, e presentes trocados.

A minha primeira vez no Brasil cheguei em novembro.  Lembro perfeitamente os shoppings iluminados e estranhamente as pessoas procurando destinos de férias nas praias paulistas e no nordeste do país, ou então a caminho de qualquer destino paradisíaco com praia e mar. Eu recordei logo nos meus tempos de infância, onde através da televisão víamos o Papai Noel brasileiro de shorts, caindo na água com suas barbas brancas e rodeado de banhistas. É o contraste entre dois hemisférios.

Devo confessar que após de mais uma década morando aqui, me divido entre as duas comemorações. Se por um lado tenho saudades das alheiras, do polvo e das rabanadas, já me habituei a pensar também numa bela caipirinha, num churrasquinho de final de ano, nesse clima de Natal tropical e com essa onda de calor que estamos vivendo.

Presépio montado na Praça da Sé - Marco Zero - em São Paulo
Imagem de Denis Rizzoli, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

Seja onde for comemorado, o Natal é feito de pessoas e elas são a razão principal de nossas reflexões, carinhos e pensamentos. Parece que neste corre-corre nos dias que antecedem a noite do dia 24, o homem se torna um pouco mais humano. As mensagens religiosas ou comerciais nos obrigam a refletir um pouco mais sobre o ano que está quase terminando e onde o egoísmo, as guerras, a violência e o descaso pelo ser humano são, infelizmente, temas que as vezes são tratados sem o amor que o velho Noel nos aconselha a pensar.

Ainda estamos todos a tempo de comprar os nossos presentes, e também pensar em algum gesto menos comercial e mais humano que possamos ter com quem está ao nosso lado. Os grandes conflitos mundiais que estamos vivenciando neste ano devem servir de inspiração para evitarmos os pequenos conflitos do dia a dia – estes sim, podem ser resolvidos sem diplomatas ou políticos, mas com bom senso e empatia pelo próximo.

Antes das comilanças, que são ótimas, e nos deixam com a sensação de que o pecado da gula é perdoado nesta época do ano, façamos todos uma leitura de como podemos comemorar de uma forma mais simples, feliz e afetiva esta data especial.

Por aqui, o meu coração dividido entre os dois mundos aproveito para vos desejar, desde já, momentos felizes. E se preparem que o Papai Noel está chegando!

Imagem por Yuganov Konstantin em Canva Fotos

E para melhorar a leitura, deixo a minha receita de Caipirinha:

Ingredientes:

  • Meio limão siciliano
  • Uma dose de cachaça de Minas
  • Uma colher de sopa de açúcar
  • Muito gelo

Modo de preparo: num copo de sua preferência, misturar o limão cortado em cubos, com gotas de cachaça e o açúcar. Macerar bem. Adicione gelo, uma generosa dose de cachaça. Misture bem com uma colher e saúde. Decore com uma casca de limão na borda.

Um beijo e até a próxima,

Chef Eduardo de Castro é jornalista de formação, mas foi na gastronomia que ele percebeu que o seu amor pelas panelas era maior do que pela escrita, mas mesmo assim trará seus contos quinzenalmente na Dolce Morumbi 

Acompanhe o Che Eduardo de Castro em seu perfil no Instagram

@casadochefeduardodecastro

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