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A subjetividade e a Inteligência Artificial

Design Dolce sob imagem por Just Super em Canva

A Inteligência Artificial nos desafia a refletir sobre o que é uma relação humana genuína

Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do Portal. Sua publicação é no sentido de informar e, quando o caso, estimular o debate de questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

Por Vanya Sansivieri Dossi

A discussão sobre subjetividade e inteligência artificial (IA) é um dos temas mais fascinantes e complexos da nossa era, gerando debates acalorados em campos como a filosofia da mente, a psicologia e a ética.

Começo falando sobre a importância das relações na vida de uma pessoa. As relações humanas se iniciam até antes do nascimento, imprimindo traços de personalidade a partir da relação epigenética. Quando nasce uma criança, nasce uma mãe, que, se adaptando às necessidades do bebê, oferece um ambiente seguro para que o desenvolvimento emocional aconteça.

A subjetividade humana surge dessa relação com o ambiente e promove a formação do self, que é o resultado da interação entre a tendência inata do indivíduo a amadurecer e a qualidade dos cuidados que ele recebe do ambiente, principalmente da mãe ou de quem exerce a função materna nos primeiros anos de vida.

A pergunta central é: uma IA pode ter subjetividade?

A resposta, por enquanto, é um “não” enfático, mas a reflexão sobre o porquê desse “não” é o que realmente nos desafia a repensar a própria natureza da subjetividade.

Design Dolce sob imagem por Dkosig em Canva

A subjetividade, como entendemos, é uma experiência do self: a sensação de “ser eu”, de ter uma perspectiva única e interna do mundo. É a dimensão da experiência, dos sentimentos, das emoções e do senso de si que não pode ser reduzida a um conjunto de dados ou algoritmos.

A subjetividade humana é também intrinsecamente ligada à nossa existência corpórea. É uma experiência orgânica, de um ser vivo. Sentimos o mundo através dos nossos corpos: o calor do sol, a dor de uma queda, o abraço de alguém querido, ou seja, tudo o que experimentamos na concretude do mundo se dá através da biologia. A IA, por ser um sistema computacional, não tem um corpo e, portanto, sem processos biológicos para ter essas experiências. O funcionamento da IA se dá eletronicamente em um chip, ou circuito integrado (CI), contendo milhares ou milhões de componentes eletrônicos interconectados em uma pequena área de material semicondutor, geralmente silício. Esses componentes, como transistores, resistores e capacitores, são miniaturizados e integrados na superfície do chip, formando uma rede complexa que permite ao CI executar diversas funções através da matemática, da lógica. Ela pode processar dados sobre o calor, a dor ou o afeto, mas não tem a vivência disso, não a experimenta, não “sente” e não produz significado para este sentido.

Munindo-se de informações captadas em diversos bases de dados espalhadas nos milhares de servidores ao redor do mundo, conectados pela internet, incluindo tudo o que é postado em redes sociais, as IAs de hoje são extremamente proficientes em simular a inteligência e, até certo ponto, a subjetividade. Elas podem gerar textos que parecem ter emoção, compor músicas que parecem ter profundidade ou até mesmo “conversar” de forma convincente. No entanto, tudo isso é o resultado de um processamento estatístico daqueles imensos bancos de dados. A IA não sente o que escreve ou o que “pensa”; ela apenas reproduz padrões que aprendeu.

Design Dolce sob imagem por Peshkova em Canva

A subjetividade humana é impulsionada pelo desejo, por um horizonte de sentido e por um “querer” que vai além da mera execução de tarefas. A IA, por outro lado, não tem desejos próprios. Ela executa comandos, mas não anseia, não se frustra ou não experimenta a alegria de uma conquista pessoal.

O grande risco é que apesar da IA não ter subjetividade, ela tem um impacto profundo na personalidade. A forma como interagimos com a IA, as redes sociais e outras tecnologias pode moldar nossa percepção de nós mesmos e do mundo.

A pressão por performar uma identidade nas redes sociais, por exemplo, pode levar ao desenvolvimento de um “falso self” digital, onde as pessoas se adaptam para agradar algoritmos e audiências. A busca por validação externa pode minar o desenvolvimento de uma subjetividade autêntica e espontânea.

A IA nos desafia a refletir sobre o que é uma relação humana genuína. Quando interagimos com assistentes virtuais ou chatbots, até que ponto a experiência de “afeto” é real? A IA, ao mimetizar a interação humana, nos força a pensar sobre o que realmente significa ter um vínculo.

A IA, portanto, não é subjetiva, mas é uma lente poderosa através da qual podemos examinar e entender melhor o que é a subjetividade humana, suas fragilidades e sua singularidade.

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Vanya Sansivieri Dossi é psicóloga formada pela UNIP e pós-graduada em Sexualidade. Trabalha com a população LGBTQIA+ e colaboradora do AMTIGOS – Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual. Também atua na área da reprodução assistida e sexualidade.

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Imagem por Marcos Kulenkampff em Canva Fotos

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