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Mentora e matchmaker com o coração dividido entre Brasil e Portugal

Quando o amor pede método: entre a magia e a matemática

Design Dolce sob imagem por Jackdrafahl em Canva

A ciência por trás da conexão humana

Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do Portal. Sua publicação é no sentido de informar e, quando o caso, estimular o debate de questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

À luz dos estudos de John Gottman, das estatísticas crescentes de divórcios e da ciência das emoções, uma análise de como o amor se constrói — e se preserva — entre padrões mensuráveis, diálogo consciente e a magia inexplicável que une duas pessoas.

Nos últimos anos, o Brasil tem assistido a um fenômeno silencioso, mas profundamente revelador: o crescimento vertiginoso do número de divórcios. Apenas em 2023, segundo os dados mais recentes do IBGE, foram registrados cerca de meio milhão de divórcios — o maior número da história. Casamentos mais curtos, separações mais frequentes entre casais jovens, dissoluções mesmo quando há filhos pequenos. Esses números não dizem respeito apenas a estatísticas; representam transformações profundas na maneira como amamos, convivemos e entendemos a própria ideia de família.

E se, como afirma Sri Prem Baba no livro Amar e Ser Livre, “a família é o primeiro núcleo da sociedade”, então o aumento dos divórcios não é apenas um obstáculo pessoal, mas um fenômeno social que merece ser olhado com atenção, sensibilidade e consciência. Afinal, o que essas rupturas frequentes dizem sobre nós? Sobre nossos valores, expectativas e fragilidades emocionais? Sobre a construção — e a desconstrução — de vínculos?

Quando o amor moderno tropeça na realidade

O ideal romântico sempre exerceu enorme influência na forma como entendemos o amor. A cultura popular, por sua vez, alimenta essa imaginação. Basta lembrar o clássico Sintonia de Amor (Sleepless in Seattle, 1993), em que Tom Hanks interpreta um viúvo que, ao falar na rádio, faz milhões de americanos suspirarem ao acreditar novamente na magia de encontrar a “pessoa certa”. No filme, o amor surge como faísca instantânea, um reconhecimento imediato da alma gêmea: aquilo que tantas pessoas esperam viver, mas que raramente encontram.

A realidade, porém, segue uma lógica bem diferente. Entre a magia do primeiro encontro e o longo caminho da convivência existe uma ponte complexa — feita de diálogo, humor, respeito, escolhas diárias, pequenos gestos e ajustes constantes. E é justamente nesse território do cotidiano que muitos casamentos brasileiros estão falhando.

Design Dolce sob imagem por Dmitry Fisher em Canva

O que as pesquisas mostram sobre a fragilidade dos vínculos

O psicólogo norte-americano John Gottman — considerado o maior especialista em estabilidade conjugal — dedicou mais de 50 anos a observar casais em seu laboratório conhecido como Love Lab. Ali ele descobriu que a sobrevivência de um relacionamento não depende de compatibilidade de hobbies nem de discursos apaixonados, mas de algo muito mais simples e prático: a proporção entre interações positivas e negativas.

Gottman identificou que casais felizes mantêm, durante discussões, uma média de cinco interações positivas para cada negativa. Fora dos conflitos, no dia a dia, essa proporção é ainda maior, em torno de 20 para 1. Pequenas expressões de carinho, atenção, interesse, humor e acolhimento funcionam como tijolos que sustentam a estrutura afetiva — amortecendo tensões e prevenindo a erosão emocional.

Quando essa “matemática do amor” se desequilibra — quando as críticas superam os elogios, quando o sarcasmo pesa mais que o toque afetuoso, quando a indiferença ocupa o espaço da curiosidade — a relação enfraquece. A desconexão se instala. O divórcio deixa de ser evento inesperado e passa a ser a consequência lógica de uma série de pequenos afastamentos diários.

Brasil: divórcios em alta, conexões em baixa

Os números recentes revelam essa tendência:

  • Casamentos cada vez mais curtos.
  • Separações acontecendo após poucos anos de convivência.
  • Famílias rompidas mesmo com filhos pequenos.
  • Aumento expressivo de divórcios consensuais, o que indica menor resistência social e emocional à separação.

Por um lado, esse movimento reflete avanços — especialmente para mulheres que hoje têm maior autonomia econômica e emocional. Por outro, expõe uma fragilidade crescente na capacidade de lidar com frustrações, negociar diferenças, sustentar o afeto em meio ao estresse cotidiano.

Nas grandes cidades brasileiras — como São Paulo — o fenômeno se intensifica. A vida urbana, acelerada e individualista, alimenta a solidão dentro de casa. Famílias vivem juntas, mas raramente se encontram de verdade. Conversas se tornam raras, refeições em comum quase inexistem, o toque se limita à rotina mecânica, a escuta se perde entre telas e distrações. É o ambiente perfeito para o que Gottman chama de “desconexão emocional progressiva”.

Design Dolce sob imagem por berkay08 em Canva

As consequências sociais e emocionais

Quando um casal se separa, não é apenas a história de duas pessoas que se encerra; é todo um ecossistema emocional que se reorganiza.

 Para os filhos, mesmo quando há maturidade na separação, existe o desafio da adaptação, da convivência dividida, das identidades em mudança.

 Para os adultos, há a necessidade de reconstrução da autoestima, da rotina e, muitas vezes, da vida financeira.

 Para a sociedade, há impactos diretos em saúde mental, produtividade, relações comunitárias, estabilidade emocional e educacional das gerações futuras.

Se a família é realmente o primeiro núcleo da sociedade, então cada ruptura é uma espécie de microterremoto que, somado aos outros, muda o território social como um todo.

A espiritualidade como ferramenta de reconciliação — interna e externa

Sri Prem Baba fala do amor como um caminho de libertação, mas que exige coragem para encarar as próprias sombras — expectativas irreais, feridas emocionais, a dificuldade de comunicar vulnerabilidade. Amar não é apenas encontrar uma alma gêmea como nos filmes; é aprender a ser presença, a ser escuta, a ser cuidado.

O aumento dos divórcios, portanto, pode ser lido não apenas como um sinal de decadência, mas como um convite à consciência. Estamos sendo chamados a repensar:

  • O que esperamos do amor?
  • Sabemos dialogar?
  • Sabemos reparar?
  • Sabemos construir vínculos?
  • Ou estamos abandonando relações antes mesmo de tentar de fato transformá-las?
Design Dolce sob imagem por EME em Canva

Amar é um ato de coragem

Para além da ciência e das estatísticas, há uma dimensão humana que precisa ser destacada. Amar é, essencialmente, um ato de coragem. Não a coragem romântica das grandes narrativas, mas a coragem cotidiana de se deixar ver, de admitir vulnerabilidades, de reconhecer limites e de lidar com as próprias sombras — como aponta Prem Baba ao tratar do amor como um caminho de autoconhecimento profundo.

É no relacionamento com o outro que nossas fragilidades emergem com mais intensidade. O parceiro funciona como espelho que revela aquilo que muitas vezes preferimos não encarar: inseguranças, padrões repetidos, mecanismos de defesa, desejos não nomeados. Por isso, manter um vínculo estável e saudável não é tarefa leve. Exige maturidade, diálogo e disposição para evoluir enquanto seres em construção.

Num contexto em que tantas relações se desfazem, talvez o maior desafio contemporâneo seja resgatar a verdade simples de que amar implica trabalho — e escolha. Amar é verbo transitivo: pede ação, intenção, direção.

Uma interpelação ao leitor

Diante dos dados, das mudanças sociais e das exigências emocionais do nosso tempo, fica o convite para uma reflexão sincera: como temos amado? Estamos investindo nas interações positivas que sustentam um vínculo? Estamos dispostos a encarar nossas sombras e crescer a partir delas? Ou estamos desistindo antes mesmo de tentar reconstruir?

Se você, leitor, sente que precisa de apoio para compreender seus processos afetivos, fortalecer vínculos ou atravessar transformações pessoais, saiba que pode contar comigo. Amar exige coragem — e ninguém precisa caminhar sozinho.

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Ana Kekligian é Master Coach, Master Analista Comportamental, Mentora em Inteligência Emocional, Especialista em Autoestima, Autoconfiança e Produtividade, atuando há quase nove anos no desenvolvimento humano. Formada em Produtividade pelo método de Christian Barbosa, maior referência em gestão do tempo no Brasil e no mundo, Ana une metodologia comprovada, leveza, presença e transformação prática.

Maria Manuela Abrunhosa de Carvalho é portuguesa, tem formação em Línguas e Literatura Modernas (Português/Francês), foi professora e residiu em São Paulo, onde se certificou como Coach até voltar para Portugal. Hoje reside em Felgueiras, próxima à cidade do Porto. Descobriu em sua jornada que seu propósito seria ajudar casais a viverem relacionamentos saudáveis e prósperos. É coautora da obra ”Tempo de Se Amar” e idealizadora do Evento Internacional Love Summit; também atua como matchmaker, unindo indivíduos que buscam um parceiro ideal; é mentora e treinadora comportamental do método Wiser.

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Imagem por Marcos Kulenkampff em Canva Fotos

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