As recentes mudanças anunciadas pela Meta, empresa responsável por redes sociais como Facebook e Instagram, estão gerando discussões sobre os impactos na moderação de conteúdo, especialmente no que diz respeito a discursos de ódio e ataques direcionados a mulheres. A flexibilização de regras, segundo a especialista em comunicação e oratória para mulheres Micarla Lins, pode agravar a violência online em um ambiente já hostil.
Micarla avalia que as novas diretrizes da Meta representam um retrocesso no combate à misoginia nas plataformas digitais. “Quando há flexibilização de políticas de moderação, discursos machistas e agressivos ganham mais espaço. Isso afeta diretamente a confiança e a participação ativa das mulheres nesses ambientes”, afirma Lins, destacando a necessidade de proteção às usuárias.
A decisão da Meta também chama a atenção de organizações internacionais. A ONU, por meio de seu Escritório de Direitos Humanos, alertou sobre o perigo de legitimar conteúdos que promovem discurso de ódio. Em um comunicado recente, o alto comissário Volker Türk enfatizou: “Manter espaços digitais seguros não é censura, mas uma responsabilidade para garantir o respeito aos direitos humanos”.
Para Micarla, as mudanças não apenas refletem a falta de compromisso com a segurança das mulheres, mas também reforçam a necessidade de ação direta por parte das usuárias. “É essencial que as mulheres desenvolvam estratégias para se protegerem e se comunicarem de forma assertiva. Cursos de oratória e capacitação em comunicação digital podem ser ferramentas poderosas para enfrentar os desafios online”, aconselha a especialista.
Além disso, Lins ressalta que a responsabilidade não deve recair somente sobre as vítimas. “As plataformas precisam assumir um papel ativo em criar ambientes inclusivos e moderar conteúdos que promovam o ódio. A liberdade de expressão não pode ser usada como escudo para discursos que desumanizam”.
Com as mudanças da Meta ainda em fase de implementação, a especialista aponta para um possível aumento nos casos de assédio online. A discussão sobre os limites da liberdade de expressão e a necessidade de regulamentação de conteúdos prejudiciais segue como um ponto crítico para o futuro das redes sociais e a segurança de seus usuários, especialmente mulheres e grupos vulneráveis.
A demanda por um ambiente digital mais seguro é clara. Enquanto isso, cabe às plataformas, governos e sociedade civil trabalharem em conjunto para equilibrar a liberdade de expressão com a proteção aos direitos humanos no espaço digital.
Micarla Lins é especialista em comunicação e oratória, revolucionou a comunicação feminina no Brasil ao fundar, em 2022, a primeira comunidade voltada para mulheres na área. Campeã de oratória, palestrante internacional e TEDx Speaker, ela fez história em 2020 como a primeira mulher Juíza-Chefe do Campeonato Mundial de Debates em Espanhol. À frente da empresa El Professor, que faturou 7 milhões de reais, Micarla não apenas construiu um império no empreendedorismo digital, mas também se tornou referência em empoderamento feminino. Superando uma depressão profunda em 2016, ela transformou sua dor em propósito, ajudando mulheres a vencer o medo de falar em público e a desenvolver uma comunicação autêntica e poderosa.
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