Simplicidade

La Dolce Vita

por Paulo Maia

“Quem quer que tenha algo verdadeiro a dizer se expressa de modo simples. A simplicidade é o selo da verdade.”
Schopenhauer

Não é fácil ser simples ou agir com simplicidade. Tampouco é reconhecer o simples como o bastante. Muitas vezes achamos que ainda falta algo. Sentimos a falta de adjetivos. Ou de excessos. Prezamos pelo algo a mais. O outro sempre nos parece mais complicado, afinal o enigma é atraente e nos convida a jogar. E aceitamos com espontaneidade, parente da simplicidade. Mas ser simples ou agir com simplicidade pede sofisticação nos atos e momentos para celebrar o gosto pela vida.

O simples é perseguido, pois queremos compreender tudo. Mas rebuscar é quase sempre poesia e simplificar é acomodar as questões numa equação matemática, uma ordem única e universal. Um sinal assimilado pelo menor dos sentidos. Uma epifania no instante do sopro do espírito. E quando não é possível mais simplicidade, nos escondemos num beco sem saída.

Ao prestarmos atenção, veremos que a natureza se apresenta de forma simples, mas o entendimento humano não parece se convencer disso e sua essência é buscar decodificá-la para transformá-la em algo, quem diria, simples.

O simples já se encontra lá sempre que o aguardamos com pompa e exaltação. E sempre que subestimamos seus trajes e modos, caímos em tragédia e ruína. Ficamos órfãos de significado.

O simples se dá como o certo. E parece complicado ser simples, pois achamos que o que envolve seu conceito parece estar além de nossa compreensão. Mas não é bem assim. Ao prestarmos atenção, veremos que o simples está bem na nossa frente. É natural. E a lógica pode nos ajudar a entender. Diz o senso comum que a menor distância entre dois pontos é uma reta, certo? Não parece simples (e lógico) assim? 

Experimente adicionar beleza e alegria à simplicidade e verá que as coisas se tornam mais saborosas ainda, dando mais gosto ao viver. 

Mas fique só nisso. Se não, complica. Por quê? Porque o simples é muito simples. Chega e dá seu recado. Nada mais que isso.

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