A intoxicação da informação

Por Marilucia Caramalac

O tempo pede pressa e a vida pede calma. Vivemos em um conflito de necessidades e emoções quando o assunto é informação.

É inegável que precisamos da velocidade nas informações. Não há como sobreviver ao ritmo do mundo atual sem termos essa agilidade. A tecnologia é um ganho enorme, porém, a leitura de um livro impresso ainda é necessária porque ela te faz ler com mais calma, pausadamente. Esse processo leva à análise, e é disso que precisamos.

Em 1996, o físico espanhol Alfons Cornella criou o termo ‘infoxicação’ onde defendia que as pessoas, atualmente, são bombardeadas por uma quantidade de informações virtuais muito maior do que conseguem absorver. A consequência disso é que vamos ficando intoxicados de notícias e viciados em conectividade.

Em uma época de pandemia, como a que estamos vivendo, a comunicação enfrenta um grande desafio. Por um lado, precisamos nos atualizar constantemente sobre tudo o que diz respeito a descobertas científicas, decisões públicas, calendários de vacinas, etc. Por outro, as fake news (notícias falsas) crescem e circulam de forma assustadora.

Segurança na informação

Precisamos de informação, mas, ao mesmo tempo há um descontrole na forma como ela é consumida.

E qual é o remédio, então?

Na minha opinião, o segredo para evitar a comunicação tóxica é senso crítico em relação à quantidade e à qualidade de tudo que leio, ouço, assisto e divulgo.

Preciso consumir conteúdos de diferentes meios, até para poder comparar o que preciso saber. Às vezes, alguns assuntos demandam mais pesquisa e atenção. Em outros, uma breve leitura já é o suficiente. Em ambos os casos, seja uma leitura rápida ou mais profunda, é necessário ter fontes seguras.

Separando o Joio do Trigo

Vivemos hoje entre a realidade e a fantasia, reféns de computadores, smartphones, Google Glasses, jogos eletrônicos, etc. De um lado, o entretenimento, de outro, a vida real. Há uma linha tênue que separa essas duas situações e temos que nos cuidar para não criarmos uma simbiose entre elas.

Há uma velocidade descoordenada na maneira como as notícias se propagam e quando elas não são verdadeiras, disseminadas por canais sem credibilidade, podem matar. Quem não se lembra do caso da dona de casa Fabiane Maria de Jesus que por conta de uma notícia falsa foi linchada e morta aos 33 anos, no Guarujá?

Nesse contexto, como profissional de comunicação, me sinto obrigada a alertar para a necessidade de uma faxina virtual e de um ‘rebobinamento mental’. Seja criterioso com o que vem consumindo diariamente e reserve uma parte de seu dia para uma atividade física qualquer, contato com a natureza, uma boa conversa.

Quando nos sobrecarregamos de informação, não colocamos um filtro e deixamos de comprovar a veracidade das informações, além do perigo de consumir inverdades, estamos sujeitos a  problemas físicos e psicológicos, como irritação, ansiedade, dificuldade no aprendizado, nervosismo, sem contar a sensação de que não está se informando o suficiente, já que notícias sem fundamento levam a questionamentos que podem se tornar um buraco sem fundo.

Foco na comunicação

Da mesma maneira, precisamos ser seletivos com o que divulgamos. Se eu tenho uma empresa, ofereço um serviço ou um produto, é imprescindível que eu saiba como comunicar a minha oferta ao meu potencial consumidor, sem despejar sobre ele um turbilhão de informações que, em alguns casos, pode causar mais estresse do que empatia.

Se do lado da notícia vejo que as pessoas devem continuar se informando em diferentes fontes, porém, com qualidade, do lado do marketing, acredito que precisamos varrer o excesso de informações e sermos mais assertivos.

O mundo digital tenta prender a sua atenção das mais diversas maneiras. Não há nada de errado nisso, estamos todos conectados virtualmente. Porém, falta mais criatividade, empatia e humanização na comunicação, em geral.

Ao mesmo tempo, estão começando a surgir outras soluções que ‘encantam’ o cliente sem causar uma ‘infoxicação. Vou citar aqui um exemplo de que gosto muito que é o storytelling que é a habilidade de contar histórias utilizando recursos audiovisuais, além das palavras. E, quem não gosta de uma boa história, não é mesmo?

Tenho visto trabalhos muito persuasivos e envolventes com essa técnica de comunicação, afinal, é muito mais fácil transmitir uma mensagem quando ela está ligada a uma história. Mas, esse é só um exemplo dentro das inúmeras possibilidades que as ferramentas da comunicação, se bem utilizadas, podem proporcionar a um negócio.

Cada vez mais, a qualidade e diversidade dos conteúdos é fundamental. Além disso, saber com quem se fala, conhecer o seu público de forma profunda faz com que seu marketing fique personalizado. Preciso conhecer o meu negócio e o meu público como ninguém e focar sempre no benefício que meu produto ou serviço irá proporcionar. Quando tenho essas respostas, consigo fidelizar meu público-alvo e criar afinidade com a minha marca. Esse é o segredo de um negócio longevo.

Marilucia Caramalac é publicitária, trilíngue e especializada em marketing. Possui mais de 27 anos de experiência nas áreas de marketing e comunicação, com atuação em empresas nacionais e multinacionais. Atualmente dirige a M. Caramalac, consultoria voltada para planejamentos estratégicos de marketing, comunicação, eventos e relações públicas, com mais de 10 anos de experiência nestas áreas, que se destaca pela inovação em comunicação, através de campanhas baseadas em planejamento estratégico. Além disso, integra a rede Adam Network (https://adamnetwork.com.br/) 

Este artigo foi sugerido por Touchédigital Marketing OnLine
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