Desenvolvendo a capacidade analítica por meio de aptidões humanas

Diversidade Dolce

Caroline Vargas Barbosa

Capacidade analítica decorre da habilidade de produzir e reconhecer informações transformando as em conhecimento a partir de um conjunto de dados, oferecendo resultados amplos, plurais, diversos e não óbvios

Imagem de 8photo no Freepik

Em outras palavras, capacidade analítica é a habilidade de organizar de maneira lógica e racional diversas informações, com origens e contrastes diferentes, a fim de responder a uma demanda, que não está posta de maneira óbvia. Parece uma coisa fácil, não é? Não, não é.

A capacidade analítica pode ser vista, em parte, como uma hard skill, isso porque o conhecimento técnico e prático das atividades laborais contribuirá para a formação do conhecimento gerado a partir das informações apreendidas. Mas há outro aspecto da capacidade analítica, que é o reconhecer entre seres humanos, pela diversidade, como também fonte de análise, por meio de soft skills. As relações sociais – inclusive no trabalho – são importantes fontes de informação e experiências que contribuem para o alcance de uma capacidade analítica bem desenvolvida.

Organizar o pensamento de maneira racional pode ser um exercício que requer prática diária. A racionalidade, por sua vez, é também a sua capacidade de ponderar diferenças, por meio de uma escuta ativa e validação de percepções do outro. Com isso é possível projetar um paralelismo que integre para determinado fim.

Para isso, é preciso compreender os contextos e a necessidade de resposta da demanda apresentada. A depender de contextos, teremos resultados diferentes. E, para a escolha do melhor resultado, é necessário saber qual o propósito que se busca.

A forma de transformar aquele pensamento racional em verbalização e/ou práticas é característica da capacidade analítica. Veja: é um exercício de compreensão, reflexão e análise.

O contexto e o propósito em que se aplica a capacidade analítica

Pense comigo: se o contexto da atividade da empresa que trabalho atende um público A; para que sintam-se representados e com convicção de consumo por identificação com a empresa (como vimos na coluna anterior), eu não posso produzir argumentos com base no público B.

Um profissional de destaque hoje conhece o contexto da empresa, das equipes em que se tem contato e da própria equipe. Ele percebe além de si, mas diretamente as pessoas, rotinas, limitações e potencialidades do todo e consegue projetar otimizações ou pontos criativos na execução das atividades. Assim será possível executar as atividades promovendo diferentes capacidades. Isso pode demonstrar uma execução de habilidade analítica, como a liderança ou a flexibilidade.

Outro ponto é se fazer compreender no meio social ou laboral. É então preciso criar uma sequência das informações utilizadas na situação para que ao expressar verbalmente ou por meio de ação o resultado desse pensamento. Por exemplo, ao conviver com colegas de trabalho, suas falas e ações deverão ser coordenadas e compreendidas por todos. Você não será compreendido se falar em uma língua estrangeira que não seja compreendida pelos colegas.

O quanto você se faz compreender será a medida para a aderência e deferência das pessoas à sua volta. Quanto mais verbaliza as condições e os limites, ao mesmo passo que demonstra as capacidades desenvolvidas, mais alcançará (exigirá!) espaços e respeito no ambiente laboral.

A capacidade analítica pelo conhecer (se)

Temos dois pontos de síntese: o autorreconhecimento e a possibilidade de conhecimento pela experiência do outro.

O primeiro ponto é o autorreconhecimento da pessoa, de suas limitações e condições, mas principalmente, de suas potencialidades e diferentes formas de ver o mundo. Você contribui para si, e em reflexo para os que estão à sua volta, quando reconhece a sua singularidade. É preciso se reconhecer nos espaços, verbalizar diferenças e demonstrar possibilidades de desenvolvimento de capacidades que explorem suas potencialidades.

O mercado de trabalho tem observado e estimulado a inclusão de pessoas como reconhecimento de diferentes habilidades compatíveis e necessárias à empresa. Ganha o sujeito com o reconhecimento de suas capacidades no mercado de trabalho, e ganha a empresa com os desenvolvimentos de alternativas não óbvias.

O segundo ponto é a possibilidade de aprender com a experiência humana dos outros. A capacidade analítica aqui reside em validar as diferenças com o outro para compreender a pessoa de maneira holística e observar as potencialidades além de parâmetros comum. A humanidade aprende e constrói conhecimento a partir das experiências e percepções. Por isso, o tema “discriminação e preconceito” tem se movimentado e solidificado ações.  Por isso há tantas identidades que hoje têm voz.  Não é possível isolar esse fato quando falamos de pessoas. Pessoas existem antes de seus trabalhos e funções. Não é também possível isolar esse fato quando falamos do mundo corporativo. Não mais.

Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.

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