Por Paulo Maia
Não sou um expert da Arte. Não tenho qualquer formação erudita e meus conhecimentos não são extensos. Talvez, em se tratando do universo artístico, eu esteja do lado de cá, ou seja, sou o observador, o curioso, o hipnotizado por uma tela ou instalação que me intriga e eu não sei dizer exatamente o porquê. O que sei é que, quando estou diante da Arte, me pego atraído por aquele objeto ou por aquela pintura que, naqueles instantes, cativam meu momento e me convidam a desvendar um certo significado.
Dizem que a verdadeira arte é aquela que insere um significado no observador e, provavelmente, jamais será aquele que o artista intencionava, se é que havia alguma intenção de início.
Foi assim que tive o contato com a arte de Amanda Sanzi. E, de repente, percebi que eu tinha sentimentos e percepções que conseguia tirar delas! Talvez eu não seja aquele scholar de arte, mas me peguei como um admirador, um amante desta, pelo menos.
A arte de Amanda Sanzi ressoa com intensidade e profundidade. Observo paletas terrosas e metálicas revelando fluidez e a sinuosidade. Elas exploram talvez uma conexão entre a natureza e a experiência humana, traduzindo sentimentos profundos em cada pincelada.
Reconheço seu talento no uso de paletas metálicas, onde o brilho do ouro, prata e cobre começa a aparecer em suas obras. Símbolo de um período de transformação e descoberta?
Telas que ganham uma dimensão com reflexos que capturam a luz de maneira única e criam uma sensação de movimento contínuo. Parece ser a exploração da dualidade entre a solidez da terra e a efemeridade da luz, onde as pinceladas revelam uma sinuosidade que parece dançar sobre o painel.
Depois, como raízes adentrando a terra, Amanda traz obras que mergulham em cores terrosas, capturando a essência da natureza em suas formas mais puras. As tonalidades de marrom, ocre e verde se entrelaçam nas telas, evocando movimentos que parecem ter saídos de sonhos. Introspecção e conexão com suas origens? Talvez. Amanda cria texturas ricas e camadas profundas, dando vida a formas que quase podem ser tocadas.
Quando decide se lançar na união de elementos, ela encontra um equilíbrio harmonioso entre as paletas terrosas e metálicas. Suas obras tornam-se uma celebração da união entre a natureza e a experiência humana, onde cada cor e textura se complementam. A fluidez de suas criações atinge seu ápice, com composições que evocam tanto a força quanto a fragilidade da vida. Ela se torna seu meio de expressão preferido, permitindo-lhe explorar a profundidade dos sentimentos humanos e a beleza do mundo natural de maneira intricada e envolvente.
O que me cativou foi seu uso de cores vibrantes e formas orgânicas nas composições, características marcantes de seu trabalho que aprecio bastante.
Eu a conheci há quatro anos e venho acompanhando seu trabalho. Neste tempo, também conheci sua família, sua história e nos tornamos amigos e ela, uma colaboradora da Dolce Morumbi® desde então.
Creio que seu talento emergiu em um momento de grande dificuldade, em meio ao luto pela perda de sua mãe. Ela me revela que encontrou uma forma de canalizar sua dor e seus sentimentos na arte, especialmente em telas. Desde criança, foi profundamente influenciada pelo trabalho artesanal de seu pai, que criava abajures com todo cuidado e dedicação. A convivência com tintas, essências, cores, memórias e sentimentos moldou sua sensibilidade artística.
Esse ambiente criativo e emocionalmente carregado serviu como um refúgio e uma fonte de inspiração. Muito provavelmente as lembranças dos momentos passados com sua mãe e a observação do meticuloso trabalho de seu pai se entrelaçaram, formando a base para suas próprias expressões artísticas. Cada pincelada em suas telas não foram apenas uma manifestação de talento, mas também um processo de cura e uma homenagem àqueles que tanto influenciaram sua vida.
Assim, a arte para ela, se tornou não apenas um meio de expressão, mas também uma ponte entre o presente e o passado, entre a dor e a esperança. Cada obra sua, em minha concepção, remete a um testemunho de resiliência do espírito humano e da capacidade de transformar sofrimento em beleza.
A arte tem o poder de transcendência, e quando se fala de Amanda Sanzi, esse poder se manifesta de maneira singular. A artista se desenvolveu buscando constantemente moldar seu olhar sensível e sua inquietação criativa. Desde cedo, Amanda entendeu que a Arte poderia ser um espelho da experiência humana, refletindo não apenas a estética visual, mas também as emoções e histórias que cada ser humano carrega dentro de si.
Em sua jornada artística, ela tem explorado uma variedade de meios e técnicas sempre buscando uma conexão íntima entre o que ela cria e o mundo em que está imersa. Suas obras são como convites para o espectador, instigando uma reflexão sobre a relação entre o ser humano e seus sentidos, sempre fluídos e em constante alteração de ambiente.
Sua arte reflete bem o que o sociólogo e filósofo polonês, Zygmunt Bauman expressava também em sua obra, em que apresenta a cultura moderna atuando com uma certa liquidez, segundo ele, uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos.
É nesta intersecção que sua estética fluida se destaca: uma dança harmoniosa entre a realidade e a vivência humana, onde cada pincelada evoca um sentimento, uma memória, e, por vezes, um questionamento.
A história de Amanda reflete, de maneira poética, o entrelaçamento da vida cotidiana com a arte. Cada uma de suas peças convida o espectador a entrar em um universo onde a experiência humana e o significado que damos a ela não são entidades separadas, mas sim partes essenciais de um todo. Assim, a estética fluida de Amanda não apenas se aprecia; ela se vive, se sente e, sobretudo, se compartilha.
Amanda, através de sua obra, consegue criar um diálogo contínuo entre sentimentos e interpretações. Suas obras são um convite para que todos nós mergulhemos em nossa própria jornada de autodescoberta e conexão com o universo ao nosso redor.
Amanda já expos suas obras em inúmeros lugares, inclusive no exterior, e tem suas telas intrigando pessoas em diversos ambientes. Agora ela faz uma exposição especial, na qual quer retratar seu habitat em sua essência e robustez, como uma jornada em que propõe ao observador um convite para inserir Arte no cotidiano como um antídoto a aridez que invade o mundo e a vida ao nosso redor.
Não deixe de visitar a exposição, que vai até 30 de setembro no Butantã Shopping, em São Paulo e, uma vez lá, deixe sua imaginação, sua mente e suas memórias daquilo que viveu até aqui, fluir na observação das obras de Amanda Sanzi. Você terá a sensação de que tudo ao seu redor se move em direção dos seus significados mais profundos.
Aliás, aproveito para deixar um registro importante sobre o Butantã Shopping, que em sido uma instituição que demonstra apoio à arte e que nos últimos anos vem sendo um espaço que tem prestigiado várias mostras e exposições, valorizado o talento e o trabalho de diversos artistas. Nesta exposição da Amanda, em especial, quero deixar meus agradecimentos ao Coordenador de Marketing do shopping, Franklin Pedroso pelo apoio. Parabéns a todos que trabalharam para realizar esta exposição!
Amanda Sanzi em seu HABITAT
Butantã Shopping – Piso 1
Até final de janeiro 2025
Inspirada pela natureza e seus fenômenos a artista contemporânea Amanda Sanzi fluí ao abstracionismo com suas formas orgânicas dominante em suas obras. Com sua liberdade e técnica mista fluída explora o movimento, vivacidade, sobreposições cromáticas, brilho, suntuosidade, revelando-se uma artista sensível ao uso da paleta metálicas dourada, cobre, bronze, prata e rose, cores luxuosas e sedutoras que se dilatam e saltam ao nosso olhar. Pintora, escritora, colunista de arte e poesia, mãe e esposa a artista é reconhecida por sua arte pelo mundo em exposições nacionais e internacionais. Pintora, escritora, colunista de arte e poesia, mãe e esposa a artista contemporânea Amanda Sanzi Assídua por pesquisas e história, aprecia conceituar e escrever sobre suas obras, movimentos artísticos, museus, viagens pelo mundo. Respirar Arte!
Obra: Da série Abajur “Aconchego Sob Linho” | Técnica: mista sobre painel | Dimensões: 0,80×1,40 – Ano 2024
Série “ABAJUR”, “Aconchego sob o linho”. Os veios da base torneada deslizam como essência em minha veia, o linho da cúpula se faz aconchego em um ritual envolvente pelas formas orgânicas. Neste momento acesso memórias de infância. Por minha poética venho desconstruir para ressignificar, eternizar, memórias enraizadas por minha veia paterna. Veios fluídos aclarados com o dom da arte em minha alma
O Butantã Shopping é o primeiro shopping do Grupo Carrefour, administrado e comercializado pela unidade de negócios Carrefour Property. Inaugurado em 3 de maio de 1994, o empreendimento tem como âncora principal o Hipermercado Carrefour, além de Daiso, Lojas Americanas, Preçolândia, Renner e Smart Fit Academia. O shopping leva o nome do bairro em que está localizado, a oeste da cidade de São Paulo, próximo aos bairros do Morumbi, Raposo Tavares, Rio Pequeno, Vila Andrade, Campo Limpo, Jardim Guedala, Vila Sônia e Jardim Previdência, bem como dos municípios de Osasco, Taboão da Serra e Cotia. O Carrefour Property é a unidade de negócios do Grupo Carrefour Brasil que atua na gestão e desenvolvimento do portfólio imobiliário da companhia, composto por 310 imóveis próprios que somam mais de 14 milhões de m2.
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