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O desafio do aumento da participação feminina no mercado financeiro

Longe de um modismo passageiro, o debate sobre diversidade – como vem ficando cada vez mais claro - é necessário, para empresas, pessoas e para a sociedade, em geral

Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do Portal. Sua publicação é no sentido de informar e, quando o caso, estimular o debate de questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

Por Louise Barsi

Comemorado em 8 de março – mas celebrado como uma espécie de “efeméride mensal”, o “mês da mulher” –, o Dia Internacional da Mulher nos convida, como sociedade, a discutir a presença da mulher nas diversas instâncias da vida pública e privada e os avanços que vêm ou não sendo conquistados, por exemplo, do ponto de vista de presença no mercado de trabalho, equidade em cargos de liderança e de remuneração.

Diversas pesquisas sobre o tema mostram um avanço da presença feminina nesses cargos de liderança, mas ainda aquém da participação das mulheres quando se toma como base as proporções no mercado de trabalho, em geral. Por exemplo, um levantamento da FIA Business School realizado com mais de 150 mil funcionários de 150 grandes empresas premiadas com o selo Lugares Incríveis para Trabalhar 2023 mostra que, na alta liderança (cargos C-level), essa participação era, em 2023, de 28%, cinco pontos porcentuais abaixo do índice do ano anterior e bastante inferior à proporção de mulheres nas empresas (todos os cargos, não apenas os de liderança), com 43%.

E, claro, na condição de mulher atuando no mercado financeiro, quero, aqui, trazer um olhar um pouco mais aprofundado sobre esse, digamos, “recorte” do mercado. Uma pesquisa coordenada pela professora Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGVCef), indica que, no Brasil, as mulheres representam apenas 11% dos profissionais certificados pela Chartered Financial Analyst (CFA), uma das principais certificações do setor – em termos globais, essa participação é ligeiramente maior, de 18%.

Imagem de tonodiaz no Freepik

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A pesquisa, de 2023, foi realizada com 214 pessoas que atuam no mercado financeiro e indicou uma proporção feminina de 39,25%, ante 60,75% dos homens. E, mesmo representando uma proporção menor dos profissionais, as mulheres encaram, na média, uma jornada de trabalho mais longa, de 60,4 horas por semana, ante 57,8 horas no caso dos homens.

Na mesma linha, quando se toma o universo de investidores do País, dados da B3 indicam que, dos cerca de 5,3 milhões de CPFs registrados na Bolsa em dezembro de 2024, 74% correspondiam a homens (participação que já foi maior, de 76% em 2022) ante 26% de mulheres. Por outro lado, quando se cruza gênero e idade dos investidores, os números da B3 mostram que a proporção feminina a partir de 31 anos é maior, enquanto, nos homens, a participação dos investidores de 0 a 30 anos é ligeiramente superior. São dados que sugerem que, na média, as mulheres começam a investir mais tarde.

Enfim, a ideia difundida informalmente no mercado de que o setor financeiro é uma espécie de “clube do Bolinha” encontra, pelo menos nessa pesquisa, correspondência nos números.

Imagem de DC Studio no Freepik

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São questões como essas que temos de discutir, como forma de trazer uma maior diversidade às empresas e, no nosso caso, ao setor financeiro. Não são poucos os estudos que mostram os benefícios dessa diversidade, seja, por exemplo, com a melhoria do potencial de retenção de talentos, ganhos do ponto de vista de criatividade e inovação e, mesmo, do ponto de vista dos resultados financeiros, a linha final do balanço de qualquer companhia aberta.

Esses assuntos estarão “na mesa” na próxima quarta-feira, no evento Mulheres no Comando, promovido pela Apimec Brasil, entidade que representa os analistas de mercado e do qual participarei, em um painel sobre governança.

A participação feminina no universo dos analistas credenciados CNPI, aliás, é de 14%, o que sugere a necessidade de avanços. O trabalho dos analistas, como sabemos, é fundamental no desenvolvimento de um mercado de capitais justo, transparente e gerador de riquezas e, nesse sentido, um aumento da participação das mulheres seria da maior importância.

Longe de um modismo passageiro, o debate sobre diversidade – como vem ficando cada vez mais claro – é necessário, para empresas, pessoas e para a sociedade, em geral.

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Louise Barsi é sócia fundadora da fintech AGF. É formada em Economia pela Universidade Presbiteriana MacKenzie e foi integrante dos conselhos fiscais de empresas Klabin, Santander e AES Tietê. Atualmente, integra o comitê de auditoria do IRB (auditoria) e o board da Unipar.

Louise é painelista do evento “Mulheres no Comando: Liderança, Empreendedorismo e Protagonismo no Mercado Financeiroda APIMEC Brasil, no dia 26 de março de 2025

Colaboração da pauta:

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Imagem por Marcos Kulenkampff em Canva Fotos

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